No passado dia 3 de Abril tive oportunidade de visitar a exposição de Gestão de Conhecimento que decorreu em Londres com organização da BizMedia.
Sem o esplendor de outros eventos do género devido ao pouco espaço disponível, esta exposição permitiu, mesmo assim, conhecer ou rever algumas das ferramentas actualmente disponíveis no mercado.
A Lotus, a Orbital, a KM Software, a Knexa, a Connextra e outras, encontraram-se ali para mostrar o que são (e o que não são) ferramentas para a gestão de conhecimento. Na verdade, passear por aqueles stands e ver as demonstrações desses produtos fez-me perceber que ainda há muito caminho para andar. A noção de que a gestão de conhecimento está, acima de tudo, relacionada com as pessoas e não com a tecnologia ainda não passou para as empresas.
Quando cheguei ao Novotel London West, fui logo convidada a participar num workshop dirigido pela British Telecom.
A British Telecom é a principal patrocinadora de uma corrida de iates que, com uma duração de 10 meses, circunvega o planeta contra os ventos. É considerada a corrida de iates mais difícil do mundo e transporta, em cada embarcação, 17 pessoas. Quinze destas pessoas são fixas, as outras duas vão rodando, sendo substituídas em cada paragem. Antes da corrida ter lugar, os participantes, provenientes de qualquer parte do mundo e de qualquer ocupação, passam por duras provas físicas e psicológicas e por um período de treino. Mas, a teoria nem sempre vale quando, no alto mar, se têm de enfrentar ventos e tempestades, o frio, o medo, a saudade e outros sentimentos.
Olhando para este cenário, a BT descobriu aqui a possibilidade de estudar a fundo as interacções, as relações e as actividades que aqui têm lugar, e de as analisar sob a perspectiva da gestão de conhecimento. Como é que o conhecimento das pessoas que saem é passado para as que entram? Como se adaptam as pessoas às visíveis diferenças entre a teoria e a prática? Como utilizam elas a experiência que vão adquirindo para melhor reagir e para poderem vencer a corrida?
As analogias desta situação com o mundo empresarial são muitas. Assim, a BT decidiu também aproveitar isso para apresentar estes workshops que permitem aos participantes imaginarem-se participantes desta corrida, tendo de pensar que medidas podem ser tomadas para endereçar as questões acima colocadas. Numa sala decorada a rigor, este workshop foi, sem dúvida, o que mais me marcou a minha visita.
Depois de participar neste workshop, e enquanto na sala ao lado Leif Edvinsson tomava a palavra na conferência que decorria em simultâneo, enveredei por entre os stands da exposição propriamente dita.
Queria ver, ou rever nalguns casos, ferramentas de gestão de conhecimento de que se ouve falar, e queria ficar a conhecer se há novos jogadores em campo.
Assim, muito resumidamente, ficam algumas pequenas impressões sobre os stands que o pouco tempo que sobrou me deixou ver:
- a Hummingbird – diz-se no mercado da gestão de conhecimento, mas deixa muito (ou quase tudo, a desejar);
- a KMSoftware – uma imagem muito forte e um produto que se revela muito bom na busca de informação disponível (ficam a faltar os outras fases);
- a Orbital – uma empresa recente cuja ferramenta facilita a criação de comunidades e fomenta a colocação de questões a peritos dentro das mesmas;
- a Springfield – uma das novidadess (para mim) que chega da Noruega com um software de pesquisa, com a possibilidade de estabelecer papéis e permissões;
- a Assistum – outra novidade que aposta na criação de mapas para auxiliar em processos de tomada de decisão e cuja ferramenta, que à primeira vista nada parece ter a ver com a GC, mas que pode vir a dar que falar nessa área;
- a Knexa – mais uma ferramenta que permite colocar perguntas a peritos e que aplica o conceito da recompensa pela partilha e utilização de conhecimento;
- a Knowledge Associates – ferramentas e serviços de consultadoria e treino, naquilo que (eles) dizem ser a única solução completa do mercado;
- a Lotus – imponente como sempre, fazendo o seu stand sobressair dos restantes, e o seu software dar asas à nossa imaginação sobre o que seria possível fazer com uma ferramenta daquelas.