Fórum de Gestão de Conhecimento e Portais Corporativos

No passado dia 27 de Novembro, tive oportunidade de assistir à conferência “The Knowledge Management and Enterprise Information Portals Forum” que decorreu em Londres. É um evento organizado pela Unicom que consta de uma sequência de apresentações e de uma pequena exposição em paralelo.

A exposição contou com a presença de nove empresas vendedoras de soluções de gestão de conhecimento e/ou portais corporativos. A exposição, pelo plano do local, pelo pouco espaço, ou pelo pequeno número de expositores, estava bastante morta. Apesar disso, teve a vantagem de permitir observar em detalhe as ferramentas mencionadas durante as apresentações já que os oradores da conferência eram representantes das empresas expositoras.

Presidida por Geoff Smith da CAP Gemini Ernst & Young, a conferência teve início com uma apresentação da Compuware na pessoa de Yuan Sun. Embora não tenha tido oportunidade de assistir à conferência na sua totalidade, considero que esta foi a pior apresentação a que assisti: pela qualidade do apresentador (ou falta dela), pelo carácter demasiado publicitário, e pelo pouco sumo que dela consegui extrair. Ficou apenas a referência a um estudo realizado em Maio de 2001 entre cem directores de TI. Nele se conclui que 44% das empresas já implementou portais corporativos, enquanto 21% está a implementar e 35% ainda não o fez.

Peter Doyle deu, de seguida, a cara pela Convera (ex Excalibur Technologies). Esta apresentação incidiu na importância dos portais corporativos serem capazes de lidar com diferentes línguas e linguagens. Assim, Doyle defendeu que é necessário considerar a língua dos utilizadores, a linguagem da sua área de actuação e ainda o vocabulário específico da organização. Referiu ainda que é muito importante dar às pessoas a informação de que necessitam sem que elas tenham de perder muito tempo: verifica-se que as pessoas geralmente só estão dispostas a ver 25 documentos quando procuram alguma informação. Mais estatísticas foram aqui apresentadas: segundo o Delphi Group, 125 do conhecimento de uma organização são documentos electrónicos estruturados (bases de dados, por exemplo), 20% são documentos electrónicos não estruturados, 26% são documentos em papel, e 42% reside no cérebro dos seus colaboradores. Doyle conseguiu falar do seu produto sem descurar a qualidade da sua apresentação nem a qualidade do seu conteúdo.

Ian Davis falou de seguida pelo Art Technology Group. Referiu as pessoas que se relacionam com uma organização (empregados, clientes, parceiros, e fornecedores) e a forma como estas diferentes relações são mantidas através da Internet. Assim, é normal uma organização ter um portal específico para os empregados, um portal de acesso aos clientes, e um portal externo com acesso a informação útil para os parceiros e fornecedores. Com vista a facilitar a administração da informação, a solução do Art Technology Group permite concentrar tudo no mesmo portal, cujo interface varia de acordo com o tipo de utilizador.

Christopher Michel da Hyperwave veio falar da actual realidade: as organizações que já não crescem comprando no exterior mas explorando os valores internos, o renascimento das parcerias, e a regionalização corporativa devido aos custos dos transportes e da segurança. Todos estes aspectos criam a necessidade de mover ideias em vez de movimentar pessoas. Das referências que Michel fez ao produto da sua empresa, devo destacar a possibilidade de adicionar “post-it”s aos documentos e à informação arquivada.

Embora a conferência ainda contasse com mais quatro apresentações e um espaço para discussão, não me foi possível ficar mais tempo.

Tendo estado presente na mesma conferência realizada em 2000, devo dizer que fiquei agradavelmente satisfeita com esta segunda edição. As apresentações foram de melhor qualidade, não se debruçando exageradamente nos produtos mas nos conceitos que lhes deram origem. Além disso, os apresentadores tentaram, na sua maioria, apresentar casos de estudo o que enriqueceu grandemente o evento.

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