Conceituação
O potencial dos websites de hoje está diretamente relacionado ao conteúdo dos mesmos. Com o dinamismo cada vez maior dos mercados, produtos e serviços, passa a ser fundamental aos sites estarem em sintonia com estas mudanças.
Tendo em vista este cenário ouvimos a todo momento se falar de Gestão de Conteúdo para a Web, editores de conteúdo, gestores de conteúdo, geração de websites dinâmicos entre outras terminologias.
Mas o que significa gerir, administrar conteúdo? Antes, poderíamos pensar um pouco sobre o significado e o porquê do “conteúdo”, um termo que as pessoas começam a usar muito, mas não podemos encarar como apenas mais uma moda no mundo das tecnologias da informação.
O significado é diferente daquele da palavra “informação”, por consequência do da palavra “conhecimento”. Informação está mais para um conjunto de dados estáticos (de qualquer tipo, seja ele som, palavra ou imagem) e conteúdo traz em si um certo valor para o que está sendo informado, ou seja, quando mencionamos que alguém disse “algo com conteúdo”, por exemplo, já estamos julgando que o que foi dito tem algum valor, é coerente, tem consistência, está fundamentado numa argumentação sólida.
Essa é uma das principais diferenças entre conteúdo e informação. Em um artigo de um economista da Universidade de Campinas, Paulo Lemos, diz que o termo conteúdo parece estar mais próximo da idéia de conhecimento do que está a palavra informação. Conhecimento sempre significa algum tipo de adição de valor à informação existente. Um livro numa estante não tem valor – a não ser para efeitos de decoração de ambientes – até o momento em que alguém se dispõe a lê-lo, a transformar o amontoado de informação que o livro possui.
O conteúdo de um website é um conjunto de informações, mas não de qualquer tipo de informação. Conteúdo tem um juízo de valor embutido nele, significa que a informação que o website oferece deve ter coerência, fundamentação, esforço intelectual e operacional dos profissionais que nele trabalham e que agregaram algum tipo de valor à informação.
Portanto, o paradigma de que tudo que está no site foi colocado por um webmaster começa a ser quebrado. As pessoas que contribuem com conteúdo para um site não precisam necessariamente ser profissionais das áreas técnicas, pelo contrário, um editor de conteúdo deve entender muito mais do negócio para o qual ele está publicando do que ser técnico. Para atender a demanda de criação de novos websites e existindo também demanda de conteúdos cada vez melhores, mais refinados, vieram as ferramentas para gestão de conteúdo.
Requisitos fundamentais
As ferramentas de gestão de conteúdo permitem que o profissional que contribui com conteúdo entenda muito pouco de tecnologia e consiga contribuir da mesma maneira que tivesse grandes conhecimentos. Dentre os requisitos fundamentais para uma ferramenta de gestão de conteúdo podemos citar os seguintes:
- Necessidade de controle do fluxo de produção de conteúdo e publicação de sites de forma flexível, de acordo com as regras de publicação das empresas.
- Descentralização da administração do site da área técnica – pessoal de tecnologia especializado em linguagens de programação, webdesign e HTML – e possibilidade de administração por parte dos próprios produtores de conteúdo.
- Criação de diferentes modelos visuais para diferentes seções dos sites (templates sensíveis a contexto).
- Reutilização dos códigos de programação de forma rápida para disponibilizar funcionalidades já existentes em novos sites.
- Segregação de direito de acesso e autoria dos conteúdos.
- Garantia de tempo de resposta e escalabilidade para sites acessados por milhares de pessoas simultaneamente.
- Controle de diferentes versões de sites.
- Integração de websites com os mais diversos tipos de sistemas transacionais (de e-commerce, e-procurement, CRM, ERP etc.)
- Personalização dos conteúdos, permitindo que o usuário escolha que informações e sistemas precisa visualizar.
- Possibilidade de classificação das informações para permitir o agrupamento de conteúdos semelhantes.
- Acesso a fontes externas de informações localizadas em bancos de dados relacionais.
A principal preocupação das ferramentas de Gestão de Conteúdo é separar “Forma” de “Conteúdo”. Entendemos “Forma” como a soma de estética, estrutura e navegação, e “Conteúdo” como a informação com valor agregado.
Por meio de um sistema de gestão de conteúdo, as informações internas e externas passam pela camada organizacional de forma uniforme e sistêmica, são funcionalidades como fluxo de trabalho, escalabilidade, distribuição de produção do conteúdo, arquivamento, restrição de acesso, que permitem a publicação de conteúdo como funcionam as publicações de jornais impressos. Tudo com suporte de workflow das próprias ferramentas e mecanismos de indexação e busca de informação.
Ferramentas
Para não ficarmos somente nos conceitos, podemos falar agora sobre algumas ferramentas de gestão de conteúdo pesquisadas e suas características.
O Editio, ferramenta da empresa ItLab (www.itlab.com.br), faz a publicação de notícias através de interface Web, e armazemento dos conteúdos em bancos de dados. Há a disponibilidade de mecanismo de busca e indexação. Toda compatibilidade do software com outros aplicativos, Word e Excel por exemplo, é dada através de macros, o que demanda conhecimento por parte dos usuários ou customização por parte do fabricante. Seu custo é bbem atraente com relação a outras ferramentas.
O Calandra, ferramenta da empresa ISM Automação (www.ism.com.br), abrange disponibilização de conteúdo, gestão do conteúdo a ser disponibilizado, personalização de conteúdo por usuário, construção dinâmica de websites, possibilidade de múltiplicidade de workflow para publicação de conteúdo, criação e administração de comunidades de prática, criação de FAQs, indexação automática na disponibilização do conteúdo e indexação por palavra-chave, mecanismos de busca Ad Hoc e Buscas indexadas.
A solução possui capacidade de armazenar e trabalhar com diversas mídias e se conecta com qualquer banco de dados ou qualquer outro aplicativo existente, bastando apenas fazar a instalação dos conectores.
Para não ficarmos em esfera nacional conhecemos dois produtos estrangeiros, o Stellent e o Vignette.
O Stellent, comercializado no Rio de Janeiro pela consultoria Multiply (www.multiply.com.br), também abrange disponibilização de conteúdo (publicação), gestão do conteúdo a ser disponibilizado, personalização de conteúdo por usuário, construção dinâmica de websites, workflow para publicação de conteúdo, indexação automática na disponibilização do conteúdo, mecanismos de busca, ou seja, faz praticamente as mesmas coisas que o Calandra KBX, porém seu custo é incomparavelmente maior do que o do Calandra.
O Vignette foi sem dúvida a aplicação mais robusta conhecida. Além de fazer todas as funções do Stellent, faz ainda a personalização e sugestão de conteúdo por usuário (CRM) e faz também todas as estatísticas de visitação do site de maneira nativa, ou seja, dispensa integração com ferramenta para estatísticas de visitação.