Ao contrário dos anos anteriores o evento decorreu no Alexandra Palace, na zona norte de Londres. Tendo em consideração que anteriormente o evento se realizou bem no centro da capital Inglesa, num edifício de óptimo acesso, pensei que a razão da mudança fosse a necessidade de mais espaço para acomodar o crescente número de expositores. Mas não.
Depois de apanhar um autocarro, trocar de linha de metro duas vezes, e de apanhar um outro autocarro, lá cheguei ao bendito palácio. Um edifício bastante bonito e com uma vista deslumbrante.
Cheguei por volta das 13 horas, vi os banners do evento, vi as setas mas no imenso hall de entrada só vi uma pequena banca onde dois membros da organização acolhiam os visitantes. E bem que precisei de acolhimento… Juro que pensei que estava no local errado, ou que tinha ido no dia depois do evento!
Passei por um corredor comprido pensando “bem, devem estar a dar pão com manteiga lá à frente e foram todos para lá”. Mas não. Tirando os expositores, quase não se viam pessoas. Senti saudades de quando, em anos anteriores, era calcada e empurrada devido ao enorme número de visitantes.
Bem, mas deixem-me falar agora dos expositores. Ao todo, estiveram representadas 54 organizações, se bem que algumas apenas dispunham de uma mesa numa organização parceira. Umas apresentavam produtos e serviços na área da gestão de conhecimento, outras são empresas fornecedores de conteúdo, outras oferecem formação académica na área, outras ainda, e isto foi uma agradável surpresa, representam organismos públicos ligados à gestão de conhecimento (como é o caso do Knowledge Board – http://www.knowledgeboard.com/).
Em termos de serviços e produtos, embora tivesse encontrado alguns recém-chegados ao mercado (como é o caso da Silverpeas e da Simularity), pude verificar que as ferramentas são essencialmente iguais às que se encontravam no mercado há dois anos atrás. Talvez tenham agora mais capacidade de integração com outras ferramentas, mas os avanços ficam-se por aí.
Mas, se encontrei algumas novas empresas, o mesmo não aconteceu com as empresas já bem estabelecidas no mercado. Não vi lá a Autonomy, ou a Orbital, ou a Knexa, ou a Hummingbird, ou a Lotus, ou… sei lá, tantas outras.
Em termos de venda de conteúdo, encontravam-se presentes a Financial Times, o Journal de Knowledge Management, e, claro, a Ark Group, organizadora do evento.
Representando alguma da oferta académica nesta área estavam a Ceram de Sophia Antipolis, o Learning Lab Denmark, e a Copenhagen Business School. Estes dois últimos, estão a colaborar para o lançamento de um Mestrado em Gestão de Conhecimento. Uma das ferramentas centrais do programa de mestrado são as peças Lego da Executive Discovery.
Em conversa com várias pessoas de alguns expositores percebi que não estavam satisfeitos com a exposição, tanto em termos logísticos como de visitantes.
A organização considerou este evento um sucesso com um número record de visitantes mas confesso que não percebo bem como isso é possível. A não ser que…
Como em anos anteriores a exposição era tão boa e tão cheia de coisas para ver, os visitantes iam mais do que um dia e passavam bastante tempo em torno dos expositores. Este ano, se todos fizeram como eu, foram um dia e ficaram lá 2 horas porque não havia mais nada para ver.
OK, também é verdade que fui ver a exposição no último dia, uma sexta-feira, e que geralmente estes são os dias mais calmos mas, garanto-vos, que se as pessoas tivessem gostado da sua visita nos dias anteriores, teriam lá voltado na sexta.
Mas, como é possível que um evento, organizado pela Ark Group que nos tem habituado a tanta qualidade, se revele este fracasso? A razão parece-me simples e única: o estado da economia mundial.
Eis as minhas diversas explicações, mas todas decorrentes desta razão principal.
- falta de expositores – pouca vontade e capacidade de investimento;
- ausência das empresas “grandes” – oferecem soluções dispendiosas e calcularam que não seria boa altura para conseguir as desejadas assinaturas no fundo do contrato de venda;
- presença das novas empresas – oportunidade para se mostrarem e conseguirem realizar grandes negócios (mas com menos zeros que os das empresas já estabelecidas);
- local escolhido – poucos expositores implicam poucas receitas e isso conduz à necessidade de encontrar um local mais em conta.
Embora não tenha assistido a nenhuma das apresentações a cargo de conhecidos nomes da área (Karl Wiig, Tom Stewart, Dave Snowden, Dan Hotltshouse, Karl-Erik Sveiby e Tom Davenport) nem das apresentações a cargo de alguns dos expositores presentes, acredito que tenham sido mais animadas que a exposição propriamente dita. Acredito também que tenham sido a tábua de salvação para um evento que, caso contrário, seria para esquecer. Ou para dele tirar importantes lições.