A Necessidade de Novos Rumos para a Educação Superior

O homem tem presenciado e convivido, neste início de milênio, uma considerável transição paradigmática, marcada pela égide das mudanças que envolvem uma sociedade emergente, proporcionando-lhe uma visão gerencial de fundamental importância. Essa nova sociedade já preconizada por Peter Drucker, em seus trabalhos das décadas de 40 e 60, está configurando um ambiente de transformações na forma como as organizações estão direcionando seus negócios. Essa sociedade não é uma sociedade “anticapitalista” nem “não capitalista”, como enfatiza o autor. Ela é uma sociedade na qual o principal meio de produção não é mais o capital e sim o conhecimento.

A sociedade do conhecimento e da informação difunde-se e aprofunda-se em todo o mundo. Não há limites para esse avanço. Para que se possa cumprir uma missão social maior, devem-se libertar os que se encontram presos a um passado que não cabe mais no presente e muito menos no inexorável futuro, o qual chega cada vez mais rapidamente e cujas feições perceptíveis já se mostram sedentas por informações mais rápidas e por novos saberes.

No mundo moderno das organizações, independentemente do setor em que elas atuam, o ser humano caminha para deixar de ver a organização em que trabalha como um mecanismo em que ele é apenas uma peça. A organização, por sua vez, passará a tratá-lo como indivíduo cujas potencialidades precisam ser descobertas e o investimento contínuo na competência de seus profissionais, priorizado. Na verdade, as organizações terão de aprender a inovar. Para isso, exige-se das organizações constante preocupação com a sua capacidade plena em atrair e reter pessoas qualificadas e dotadas de conhecimentos, das quais depende seu desempenho.

No atual momento, um outro fator vital para as organizações seria o uso da tecnologia da informação que pode ser analisada sob diversos prismas. A Tecnologia da Informação vem passando por um profundo processo evolutivo, tanto do ponto de vista da própria tecnologia, quanto do ponto de vista do seu uso nas organizações, sendo que a sua utilização evidencia um conjunto de possibilidades para a própria sobrevivência organizacional, inserida numa nova era dominada pelo conhecimento.

Essa é a exigência da sociedade contemporânea em que se constata a necessidade de produção de conhecimento nas diversas áreas do saber numa intensidade e velocidade nunca vistas dantes. A facilidade de acessibilidade a uma variedade enorme de informações e a conseqüente produção acelerada de conhecimento tem colocado, o computador como o verdadeiro aliado do trabalhador do conhecimento. Nesse sentido, tornou-se um instrumento poderoso para o desenvolvimento de novos modelos teóricos, que induzem a uma prática gerencial transformadora e inovadora.

Ao mesmo tempo em que a sociedade se transforma quanto às novas exigências tecnológicas, as instituições de ensino superior são pressionadas para responder às novas expectativas e necessidades sociais, adequando suas áreas de ensino e de pesquisa. Assim, ao mesmo tempo em que se assiste à explosão de novos centros de ensino superior, verifica-se a exigência de novos rumos qualitativos para a educação no contexto escolar, em todos os níveis, sobretudo na educação superior.

É bom que se caracterizem as instituições de ensino superior como um locus do saber, da liberdade acadêmica e da inteligência, onde o conviver com a pesquisa, na fronteira do conhecimento, traz considerável contribuição para se desenvolver o raciocínio independente, criativo e inovador. Mais ainda, no contexto dessa nova sociedade, as instituições de ensino superior deverão propiciar a ampliação democratizante do acesso ao conhecimento, como também a sua geração e difusão, de forma que as necessidades educacionais da população sejam devidamente ampliadas, e que haja maior equilíbrio entre a vocação tecnológica e a vocação humanística.

Há que se educar para o auto-aperfeiçoamento e para a prática de uma liberdade consciente, adequada à nova realidade, favorecendo, ao longo das experiências de ensino-aprendizagem, o desenvolvimento da autoconfiança; estimular no educando o exercício da escolha e, sobretudo, a descoberta e aceitação de sua particularidade e exclusividade. Significa formar pessoas críticas e responsáveis e, não, indiferentes ou conformadas com o mundo em que vivem; formar pessoas conscientes de seu espaço de criação e de sua capacidade de transformação da sociedade.

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