Algumas poucas empresas estão começando a rever e avaliar a questão da administração solitária, engessada, isolada nos cargos, hierárquica, executora de tarefas e voltada para o ganha-perde, em comparação com as vantagens de se aderir à administração solidária, flexível, participativa, sinérgica.
Idalberto Chiavenato, no seu livro Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações (edição revisada-2004 – parte I – capitulo 1 – págs. 3 a 31), abordou a introdução à moderna gestão de pessoas com a maestria que lhe é peculiar e cita vários exemplos de empresas que estão se adequando à nova gestão solidária sem desprezar sua cultura empresarial, seus valores, mas mudando sua maneira de pensar adequando-as à realidade atual de transformações rápidas e com intensidade cada vez maior.
“A mudança sempre existiu, mas não com o volume, rapidez e impacto com que ocorre hoje. Vários fatores contribuem para isso: as mudanças econômicas, tecnológicas, sociais, culturais, legais, políticas, demográficas e ecológicas que atuam de maneira conjugada e sistêmica, em um campo dinâmico de forças que produz resultados inimagináveis, trazendo imprevisibilidade e incerteza para as organizações”, salienta Chiavenato.
Algumas empresas com visão mais aguçada estão cientes de que também os objetivos individuais das pessoas, seus funcionários colaboradores e parceiros devem estar na mesma linha que os da organização, tais como: lucro, produtividade, eficácia, redução de custos e manutenção no mercado, isto resulta no ganha-ganha, empresa ganha e funcionário colaborador e parceiro também ganha.
O mesmo ocorre com outros parceiros, tais como: fornecedores, clientes e consumidores, todos contribuem com algo na expectativa de obter um retorno pela sua contribuição e esse relacionamento não está sendo considerado como antagônico, conflitivo pelas empresas de visão aguçada, mas como parcerias, alianças estratégicas, que requer participação, negociação e sinergia.
O conhecimento será o diferencial do próximo milênio (P. Drucker), eu complementaria dizendo que a moeda do futuro será a intelectual e não a financeira. Para ser administrador precisa primeiro se administrar e depois administrar com pessoas ou através das pessoas, por isso hoje se usam mais a terminologia “gestor” porque está mais atrelado à “atitude”, do que “gerente”, que se identifica mais com “hierarquia”. Não deixe sua mente se cristalizar mantenham-se em sintonia com o que está ocorrendo ou quais as tendências para o futuro.
Nas décadas de 70 e 80 muito se apregoou sobre reengenharia, que para muitas empresas foi um caos, porque não estavam preparadas para receber tal impacto, mas a reengenharia continua hoje, só que com outros nomes, reorganização, plano estratégico e outros; as mudanças não devem ser impostas como foi a reengenharia, mas devem ser trabalhadas, levando-se em consideração a cultura da empresas, o tipo de mercado, o produto, o ambiente interno e o comprometimento de todos na organização.
A grande maioria das empresas ainda não se apercebeu das mudanças do mundo dos negócios conservam ainda suas posições gerenciais solitárias com suas mordomias usufruindo de seu passado glorioso, considerando seus funcionários ainda como mão de obra produtiva e improdutiva, seus fornecedores como inimigos, seus clientes e consumidores como fonte de receita, retendo as poucas informações que possuem, achando que isto será sua garantia para o futuro, mas quando pensar em reagir talvez não terá mais tempo, será engolido pela concorrente com visão de futuro e atualizada com o mundo e o mercado.
As empresas que já estão praticando ou se adequando à administração solidária, terão muito mais chances de permanecerem no mercado, pois a alta administração atua como uma equipe sinérgica, com fluxo de informações horizontais e verticais, onde todos os funcionários (parceiros) conhecem a missão da empresa, praticam e preservam seus valores e são conhecedores dos objetivos traçados e estão comprometidos com estes objetivos procurando solidariamente alcançar as metas estipuladas.