Muito se tem falado ultimamente da web 2.0: uma nova “versão” da Internet que vem possibilitar uma interacção mais próxima do tipo a que estamos habituados presencialmente.
A profusão de sites assentes nas ferramentas sociais que compõem essa “nova” paisagem virtual tem crescido exponencialmente. Possibilitam níveis e padrões de interacção, partilha e troca de opinião até recentemente apenas possíveis offline. A imaginação é quase sempre o limite e muitos têm sido os sites que casam o canal “Internet” com as ferramentas sociais para oferecer funcionalidades nunca antes possíveis.
Alguns desses sites (listados por ordem alfabética e escolhidos com base na sua popularidade com o intuito de exemplificar a variedade de utilizações das ferramentas sociais):
- del.icio.us – local para arquivo e partilha de sites favoritos (site do mesmo género em Portugal: Tags no Sapo);
- Digg – site composto por notícias encontradas pelos utilizadores e por eles sugeridas como de interesse / qualidade (site do mesmo género no Brasil: rec6);
- Flickr – site para partilha e pesquisa de fotografias tiradas pelos próprios utilizadores (site do mesmo género em Portugal: Fotos no Sapo e no Brasil: 8p);
- My Space– comunidade que permite encontrar pessoas com interesses semelhantes e partilhar ideias, fotos e vídeos;
- Netvibes – crie a sua própria página com o conteúdo de que gosta;
- Patient Opinion – site onde os cidadãos podem falar sobre a sua experiência em instituições de saúde britânicas;
- Technorati – pesquisa de blog posts e tagged social media;
- Twitter – site usado por pessoas em todo o mundo para informarem outras, amigas ou não, sobre o que estão a fazer em cada momento;
- Wikipedia – uma enciclopédia escrita em colaboração pelos seus leitores;
- You Tube – site que permite aos utilizadores ver e partilhar vídeos (site do mesmo género em Portugal: Videos no Sapo);
- Zoho – aplicações de texto, folhas de cálculo e muito mais disponíveis online para trabalho colaborativo com outros utilizadores (site do mesmo género no Brasil: Aprex).
Mas, afinal, o que é isso da web 2.0? Segundo a versão portuguesa da wikipedia (ver caixa) “Web 2.0 é um termo cunhado em 2003 pela empresa estadunidense O’Reilly Media para designar uma segunda geração de comunidades e serviços baseados na plataforma Web, como wikis, aplicações baseadas em folksonomia e redes sociais. Embora o termo tenha uma conotação de uma nova versão para a Web, ele não se refere à atualização nas suas especificações técnicas, mas a uma mudança na forma como ela é encarada por usuários e desenvolvedores”.
Assim, a web 2.0 tem essencialmente a ver com a criação de ambientes propícios à criação e manutenção de redes sociais (abertas ou fechadas, públicas ou privadas). Este espírito estende-se para além das paredes de um determinado site, sendo que cada vez se mais se observa o estabelecer de ligações entre vários sites com o objectivo de proporcionar funcionalidades adicionais aos membros das respectivas comunidades.
É devido a este objectivo de abertura e transparência que a web 2.0 se caracteriza também, em grande parte, pelo caracter gratuito (da maioria) dos sites e ferramentas e pela criação e disponibilização de APIs (Application Programming Interface, interface de programação de aplicativos) que permitem a comunicação com outros sites. Estes têm, ultimamente, resultado na criação de múltiplos plugins, desenvolvidos essencialmente pela comunidade de utilizadores, e que permitem extender a funcionalidade básica de um determinado site ou aplicação e/ou agregar conteúdo.
O 7º episódio da série C do podcast KMOL, gravado em maio de 2021, explora estes elementos à luz da nova realidade das organizações
Os elementos / funcionalidades geralmente presentes em sites da web 2.0 são:
- blogs (na versão portuguesa, blogues) – sites em forma de diário no qual os textos são apresentados por ordem cronológica inversa;
- social bookmarking – sistema de bookmarks (ou, em português, favoritos) acessível a partir de qualquer computador com acesso à Internet e que permite comentá-los e partilhá-los com outras pessoas;
- wikis – sites cujo conteúdo é adicionado e mantido por quem o visita;
- tagging – possibilidade de associar um (ou mais) termo(s) ou palavra(s)-chave a um item de conteúdo (e.g. texto, foto, bookmark);
- RSS feeds – (RSS, Really Simple Syndication) forma de alertar os membros / visitantes de um site de alterações no seu conteúdo. Estas feeds produzidas automaticamente por muitas das ferramentas disponíveis podem depois ser lidas através de feed readers online (e.g. Google Reader – www.google.co.uk/reader), no desktop (e.g. RSS Bandit – rssbandit.org) ou associados a uma aplicação-cliente de email (e.g. Attensa – attensa.com);
- agregação de conteúdo – disponibilizar num site conteúdo publicado noutros sites com o intuito de facilitar o acesso (e.g. Netvibes) ou de o enriquecer com a opinião de outros utilizadores (e.g. Digg).
Gostei do teu artigo sobre a Web 2.0. Como encaixarias nessa abordagem outras networks sociais tipo LinkedIn ou FaceBook? Seria interessante saber a tua opinião sobre isso.
O meu colega Robin Hamman acabou de escrever um post muito interessante sobre ferramentas sociais e media social. É o primeiro de uma série sobre estes temas. E vindo de quem é, vale a pena ficar atento.
Artigo bastante didático e completo. Valeu!
Um exemplo recente da rede profissional e web 2.0 é o site http://www.novitate.com.