O caso das políticas macroeconómicas da Zona Euro como um caso de incompetência

Este texto é um breve resumo de um artigo publicado, em inglês, no Electronic Journal of Knowledge Management (1).

O presente trabalho tem por objectivo analisar através de uma perspectiva nova e diferente sobre um dos problemas que actualmente afecta mais o mundo desenvolvido, a Europa e sobretudo Portugal – ou seja, as dificuldades que a UE está a ter, uma vez que a adopção do euro como moeda em 2002, e especificamente no que respeita à gestão das suas políticas macroeconómicas as suas previsões sobre o crescimento.

Para tanto utilizamos o modelo de Sveiby (2012). De acordo com esse autor, a inovação radical gera incompetência devido à incapacidade de adaptação ao meio ambiente. A incompetência gera previsões erradas porque feitas por especialistas que de outra forma e anteriormente eram competentes. Sveiby 2012, disseca a crise financeira de 2007-8, como um caso em que a inovação radical nos mercados financeiros gerou uma incompetência enorme, a nível da gestão com enormes consequências económicas e sociais.

O modelo de Sveiby 2012 tem sete partes: situação prévia, inovação radical, novo contexto, evolução no novo contexto, pressupostos ideológicos no novo contexto, incompetência no novo contexto e consequências sociais da incompetência.

Por analogia, tentamos demonstrar que a zona euro se tornou num caso de incompetência ao nível da gestão macroeconómica. A situação prévia era a existência de moedas nacionais: o Euro foi a inovação radical. A situação nova significou impossibilidade de políticas cambiais dentro da zona euro, políticas monetárias comuns e políticas orçamentais ligadas. Nesse contexto o sul da Europa primeiro entrou em dívida e depois em recessão; de seguida os acordos com a troika originaram situações muito piores do que as previstas revelando incompetência dos decisores macroeconómicos. As taxas de desemprego, pobreza, emigração e a recessão descrevem as consequências da incompetência.

O estudo é original porque não conheço outro autor que tenha tentado analisar a troika como um problema de GC.

Referências:

(1) Tomé E. (2014)  Taking a different view: the case of the Eurozone Macroeconomic policies as a case of incompetence EJKM Volume 12, Issue 1, Special Issue on ECKM 2013 p 56-68. Disponível online

(2) Sveiby KH (2012) Challenging the Innovation Paradigm. Consequences of Temporary Incompetence in the Financial Sector. Presentation at ECIC 23.4 2012.

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