Questão enviada por José Dinis: Qual a sua opinião sobre em vez de “Gestão de Conhecimento” ser “Gestão do Conhecimento”?
A minha resposta:
Desde que comecei a interessar-me por esta temática que sempre disse “gestão DE conhecimento”. Só há alguns, poucos, anos me apercebi de que a grande maioria das pessoas traduz o termo “knowledge management” para “gestão DO conhecimento”.
Ora, a razão pela qual sempre disse gestão de conhecimento está relacionada com o facto de considerar que há conhecimento (tácito) que nunca seremos capazes de gerir.
Ao dizermos “do conhecimento” estamos a dar a ideia de que podemos, realmente, gerir todo o conhecimento. Ao dizermos “de conhecimento” estamos a dizer que gerimos algum do conhecimento existente. Ora, porque nunca poderemos gerir todo o conhecimento, continuo a acreditar que a segunda versão (“de conhecimento”) está mais correcta.
Isto relaciona-se com a questão de se será correcto falar em knowledge management, isto é, se será possível gerir conhecimento. Enquanto que esse debate continuará a dar que falar, creio que, em português, o problema poderia ser resolvido se explorássemos a flexibilidade / complexidade da nossa língua e passássemos a dizer “gestão DE conhecimento”.
Apenas para reflexão.
Defendo o uso de Gestão DO Conhecimento, da mesma forma que defendo o uso de Gestão DA Informação, por se tratar não de uma qualificação da palavra gestão, mas sim do recurso associado – no essencial, trata-se de uma questão de Português que determina que o objecto relevante é, no nosso caso, quer o conhecimento (para GC), quer a informação (para GI). um abraço amigo, Luis BG
Luís, agradeço o seu comentário e entendo a sua opinião. Neste caso, porém, vamos concordar em discordar. O “o” é um artigo definido que transmite a ideia de algo palpável e mensurável coisa que, no meu entender, o conhecimento não é. Daí a minha utilização do “DE”.
Mas, como disse, entendo a sua posição.
Quanto ao “de” ou ao “do”, Ana Neves e Luiz Borges, tenho uma proposta diferente mas não bem aceita pois aumenta o tamanho do termo: Seria de se considerar a “gestão do ou de conhecimento” como “Gestão das condições para o conhecimento” ou aianda “Gestão para o conhecimento” pois que, na verdade, o conhecimento permanece no interior de cada pessoa, e, apenas uma parte dele se transmuta para conhecimento explícito pela competência do “conhecedor” em pratitcar no mundo real o que conhece mesmo sem saber. Por outro lado, o conhecimento tácito é de dificil apreensão e necessita de “condições” para existir.Então, concluindo, se a Gestão for “para o conhecimento” implica em haver determinadas condições para tanto.
Desculpe o alongamento do comentário.
Angelo Ricchetti
mailto:aricchetti@yahoo.com
Twitter: alourival
Antes de mais, Angelo, não tem de pedir desculpa. Este espaço de comentários é mesmo para que as pessoas possam dar a sua opinião 🙂
A sua proposta é, na verdade, bem interessante. Uma outra proposta seria a de “gestão dos processos do conhecimento” mas esta é ainda mais comprida.
Por uma questão de simplificação, de comprimento e também de equiparação com as expressões usadas noutras línguas (“knowledge management”, “gestion des connaissances”, “géstion del conocimiento“), acaba por se tornar mais fácil usar “gestão do conhecimento” – ou “gestão de conhecimento” para alguns teimosos 🙂
Aquilo que eu sempre digo é que não interessa o que lhe chamamos desde que o façamos – e o façamos bem!