Adolescentes e Sites de Social Networking

O Pew Internet Project, um centro sem fins lucrativos que analisa o impacto da Internet na sociedade, publicou os resultados de um inquérito sobre os hábitos dos adolescentes americanos no que diz respeito aos sites de social networking.

O estudo revela que 55% dos adolescents americanos, entre os 12 e os 17 anos, que tem acesso à Internet usam sites de social networking e 55% ja criaram perfis online. As raparigas mais velhas (15 – 17 anos) são as que mais usam este tipo de sites.

Outros números e factos interessantes:

  • apesar de terem criado os seus perfis online, 66% apenas os disponibiliza a um grupo restricto de pessoas;
  • 48% dos entrevistados visita estes sites pelo menos uma vez por dia;
  • os rapazes, mais do que as raparigas, utilizam estes sites para fazerem novas amizades (60% vs 46%);
  • a grande maioria dos adolescents (91%) usa estes sites para se manter em contacto com amigos que vêem regularmente e 82% usa-os para contactar com amigos que raramente vêem;
  • 85% priveligia o seu perfil no MySpace, enquanto que apenas 7% prefere o Facebook. Outros sites referidos incluem o Xanga (1%), Yahoo, Piczo, Gaiaonline e Tagged.com;
  • apenas um pequeníssimo grupo de adolescents usa estes sites sem criarem o seu próprio perfil;
  • os rapazes preferem o MySpace enquanto que as raparigas preferem o Facebook. A razão principal parece estar relacionada com o facto de o Facebook ser, até há bem pouco tempo, essencialmente uma comunidade constituida por pessoas “validadas” por outros membros e que encoraja os utilizadores a usarem os seus dados reais, criando assim uma ligação directa entre a pessoa online e a pessoa real;
  • os adolescents acreditam que os seus perfís serão mais interessantes se forem actualizados frequentemente;
  • o nível económico e a raça / origem étnica da família dos entrevistados não parece ter impacto nos hábitos registados;
  • as formas mais comuns de comunicar através dos sites de social networking é colocando um post na página de um amigo (84%), enviando mensagens privadas (82%) e comentando blog posts dos amigos.

Algumas das questões que me vieram à cabeça ao ler os resultados deste trabalho foram:

  1. Estes sites estão a melhorar ou a destruir as skills sociais dos adolescents?
  2. Porque é que os comportamentos observados no mundo real são replicados online (por exemplo o facto de as raparigas serem mais cuidadosas e reservadas)? Quanto tempo demorará até que isto se altere? E quando acontecer, acontecerá também no mundo real? Poderá ser isto visto como um indicador do tempo que demora a acontecer uma mudança cultural em comunidades online constituídas no cenário organizacional?
  3. As organizações vão ter de acomodar esta nova forma de “viver” se querem conquistar e reter os melhores colaboradores – como é que se estão a preparar?
  4. Os adolescents parecem ter percebido a importância de um perfil online e muitos já dominam a arte de o gerir com sucesso – haverá a necessidade de se ensinar nas escolas a disciplina de gestão de perfís para que todos tenham iguais oportunidades?
  5. O que é que estes sites fazem tão bem para motivar os seus membros a criar e manter os seus perfís que as organizações fazem tão mal (já que quase todas se queixam de que os seus sistemas de páginas amarelas estão desactualizados, abandonados ou vazios)? Como é que as organizações podem aprender com estes sites? Como é que as organizações podem transmitir aos seus colaboradores as skills de gestão de perfís e relações públicas que se revelam tão importantes?
  6. Quais são as funcionalidades que tornam estes sites tão interessantes? Será que teriam o mesmo impacto num cenário organizacional?

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