Recompensar os comportamentos desejados – mas só esses

Uma colega de trabalho ficou toda aborrecida quando, outro dia, recebeu um telefonema da escola do filho, de 15 anos, a dizer que ele não tinha ido à escola. Indignada, telefonou ao filho e perguntou onde é que ele estava. “Estou em casa. Como é o último dia de aulas antes das mini-férias, pensei que não valia a pena ir à escola.”

Claro está que a mãe o mandou para a escola.

Passadas umas horas, o filho telefona a dizer que a Escola lhe tinha dado de prenda um iPod nano. “Porquê?”, perguntou a minha colega surpresa. “Porque este período faltei menos vezes à escola do que no período passado.”

Apesar de parecer anedota é verdade. Passou-se numa escola inglesa.

Que mensagem está esta Escola (e provavelmente outras) a passar?

Não só premeia um aluno que falta (porque começou a faltar menos) como “penaliza” (por não os premiar) aqueles que nunca faltam porque, esses, não podem melhorar. Quase dá vontade de faltar muito para depois se poder deixar de faltar, não é?

Isto é um exemplo típico de como é preciso ter muito cuidado com a forma como se recompensam os alunos, neste caso, ou os colaboradores, no caso de uma organização. As recompensas dadas e o critério para a sua atribuição são mensagens muito poderosas e que, por vezes, podem produzir resultados inesperados. É preciso entender muito bem a actual cultura da organização antes de sugerir recompensas. É importante garantir que estas serão interpretadas da forma pretendida e que tem grandes hipóteses de conseguir provocar as mudanças e atitudes desejadas.

1 comment

  1. Ferdinand 14 Abril, 2011 at 00:50 Responder

    O criterio de premiação desta escola inglêsa deve ter sido implantado em regime de emergência. Talvez pelo segundo escalão de poder, tendo que apresentar uma solução. Muitas vezes é melhor apresentar uma solução errada do que nenhuma solução. É o mundo político.

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