Simplicidade e Valorização do que é Importante em Intranets e Portais

Um dos problemas com que me deparo na maioria dos projectos em que trabalho e que envolvem a criação de um site, intranet ou portal é o desejo que os clientes têm em disponibilizar muita coisa ao mesmo tempo.

Alguns dos clientes estão a criar a primeira intranet, a criar um novo site que permita a colaboração dos seus clientes, ou a criar sites cujos utilizadores finais são pessoas pouco habituadas às ferramentas propostas. Apesar disso, os clientes entusiasmam-se com o potencial e insistem que incluamos no site todas as funcionalidades possíveis e imaginárias logo na primeira versão.

As consequências? Várias. As mais normais são:

  • os utilizadores sentem-se desconfortáveis e resistem ou não adoptam o novo sistema
  • os utilizadores dispersam-se e nenhuma parte é suficientemente usada de forma a poder dar um caso de estudo rápido para promoção do sistema
  • os utilizadores têm de pensar “é suposto eu criar uma página no wiki ou escrever um blog post sobre isto?”. Quando os utilizadores têm de pensar antes de poder fazer algo, geralmente não o fazem, e
  • os utilizadores usam apenas uma pequena fracção. Isto significa que o cliente perdeu uma oportunidade de reservar algum do seu orçamento para mais tarde, numa altura em que já poderia pedir aos utilizadores feedback baseado na utilização real do sistema e decidir onde investir o resto (melhorar funcionalidade existente ou adicionar mais funcionalidade).

Assim, o conselho seria sempre:

  1. identificar os objectivos principais
  2. estudar de que forma se podem realizar os objectivos
  3. fazer uma lista de funcionalidade que suporte esses processos e workflows
  4. analisar a lista de acordo com os objectivos (o que é fundamental e o que seria bom ter), e
  5. implementar a funcionalidade essencial.

O que geralmente acontece é que as organizações saltam o quarto passo e não nos ouvem quando insistimos que seja feito. E, como é normal que se entusiasmem no terceiro passo com o potencial das ferramentas, sentimos muitas vezes que estamos a servir um frango de churrasco a quem só tem barriga para uma coxa.

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