Como diz a canção “I am everything I am because of you” (de Celine Dion). Mas também o que fiz e os lugares que visitei fazem de mim quem sou. A recente campanha publicitária da Orange, “I am everyone”, ecoa essa mesma ideia.
A verdade é que o conhecimento que eu sou hoje capaz de adquirir é moldado pelo que eu já sei. E o que eu já sei foi, por sua vez, moldado pelas coisas que fiz, como as fiz e quando as fiz.

Cartaz da campanha “I am everyone” da Orange
Cada pessoa é diferente. E por muita formação que as organizações ofereçam aos seus colaboradores, nunca conseguirão que todos saibam o mesmo. E ainda bem!
Ainda bem porque se todos aprendessem o mesmo, interpretassem e interiorizassem informação da mesma forma, o mundo seria muito aborrecido. Mas também porque é das diferenças que surge inovação. Os momentos “eureka” acontecem quando alguém fica exposto a perspectivas diferentes, quando alguém diz algo que é interpretado de maneira diferente por outrém com uma base de conhecimento diferente.
Por estas razões (e mais umas quantas) é importante que as organizações criem oportunidades frequentes para que os seus colaboradores falem com outras pessoas, dentro e fora das suas equipas de trabalho, dentro e fora da própria organização.
Quando as organizações conseguirem entender, verdadeiramente, a importância destas interacções, estou certa de que começaremos a assistir a mais:
- redes inter-organizacionais
- escritórios desenhados com a criação em mente de espaços comuns e para encontros casuais
- intranets que não forçam uma navegação por departamento / equipa
- organizações que deixam os seus colaboradores navegar na Internet e aceder, livremente, a sistemas de mensagem instantânea e a sites sociais.
Enquanto isso não acontecer, vou continuar a ouvir as palavras certas mas que não coincidem com as práticas que observo em muitas organizações.
Ana
Receio em não concordar com tua afirmação de que: “Os momentos “eureka” acontecem quando alguém fica exposto a perspectivas diferentes, quando alguém diz algo que é interpretado de maneira diferente por outrém com uma base de conhecimento diferente”.
Vejo a condição do “eureka” emergir quando tua reconstrução da realidade percebida mostra/cristaliza em um novo sentido/significado.
O que acontece em grupo é que você é desafiado a reconstruir a realidade expressa por outro, por erro de cópia/replicação ou não. E nessa reconstrução percebes um significado diferente.
Este é um campo fascinante.
Falta nos conhecimento de como funciona a mente.