Quando em Agosto do ano passado visitei o Brasil para o KM Brasil fui entrevistada por José Antonio Carlos do iGov SP, a rede paulista de inovação em governo.
Fica aqui o registo dessa entrevista onde dei exemplos de organizações públicas britânicas que estão a utilizar ferramentas sociais e de outras que estão a criar, com o layout dos seus escritórios, oportunidades para troca informal de informação e conhecimento.
Persona: Ana Neves from igovsp persona on Vimeo.
Foi uma entrevista muito interessante o problema dos layouts das zonas de trabalho com a finalidade da criar condições para a partilha do conhecimento ainda está em Portugal reservado às empresas e às pessoas que se dedicam às actividades ditas “exclusivamente criativas” porque já descobriram que só conseguem sucesso com ambientes mais informais (o velho ditado que diz que um criativo é como uma ave migratória se o ambiente não for acolhedor parte para outro). Infelizmente mais de 90% das restantes empresas em Portugal ainda considera que trabalhar significa que as pessoas têm de estar sentadas no seu local trabalho e de preferência não terem nada perto que as possa distrair(veja-se a polémica criada recentemente sobre o tempo dos fumadores ou das idas ao WC).
A situação vai alterando devagarinho. Ainda assim, mesmo em Inglaterra, ainda muitas, muitas organizações preferem investir em escritórios bem decorados do que considerar um layout mais convidativo ao diálogo e ao trabalho colaborativo.
Mas é incrível assistir em primeira mão ao impacto que pequenas alterações ao layout e à distribuição das pessoas pode ter na forma como as pessoas falam mais umas com as outras. E sim, às vezes irão falar sobre futebol, cinema, etc., mas muitas outras vezes irão comentar sobre o projecto que lhes está a dar grandes dores de cabeça, ou o cliente que enviou um email a agradecer um serviço bem prestado, ou a conferência em que participaram, ou o trabalho que desempenhavam antes de ter entrado nesta organização, etc.. Tudo isto melhora o relacionamento entre colegas, aumenta o conhecimento que têm sobre o que cada um sabe, baixa as barreiras tantas vezes criadas à partilha formal de conhecimento (especialmente sobre eventos menos bem sucedidos).