Ainda muitas organizações se / me perguntam quais os benefícios de disponibilizar ferramentas sociais internamente. A resposta às vezes torna-se difícil porque as vantagens são tantas e, para mim, tão óbvias que tenho medo de ser condescendente.
Hoje encontrei um post de Laurie Buczek, Enterprise Social Media Program Manager for IT na Intel, sobre as razões que levaram a Intel a apostar neste tipo de ferramentas. Considero que a lista está tão bem conseguida que, não querendo reproduzir o texto que merece ser lido na íntegra, não quero também deixar de incluir aqui uma lista dessas razões em português e ligeiramente adaptadas:
- Os empregados querem conhecer a cara dos colegas com quem interagem ou de que ouvem falar
- Os colaboradores perdem muito tempo para encontrar pessoas e informação necessários para fazerem o seu trabalho
- É difícil trabalhar eficazmente em equipas compostas por colegas de todo o mundo
- Novos colaboradores querem formas de rapidamente se integrarem com a organização
- A saúde organizacional sofre com as re-estruturações e mudanças de pessoal
- Re-inventamos a roda vezes sem conta
- Aprendemos mais através de formação on the job do que em sala de aula
- Precisamos de conseguir inovação radical numa organização madura
- Quando os colaboradores se reformam, levam consigo o seu conhecimento.
A esta lista acrescentaria também algumas outras razões:
- atracção e retenção de colaboradores habituados a utilizar estas ferramentas
- evitar a necessidade dos colaboradores irem buscar a funcionalidade de que precisam a sites públicos na Internet, pondo em risco a informação aí trocada/guardada.
Ana,
também a mim, me parecem óbvios os vários benefícios da disponibilização de ferramentas sociais nas empresas. Porém, o que tenho percebido na minha organização (Banco do Brasil – mais de 80 mil funcionários) é uma resistência muito forte por parte do alto escalão. Não saberia dizer ao certo quais são as causas de tal resistência, mas me arriscaria a afirmar que tais causam passam pelo receio de fornecer às pessoas mecanismos de crítica ao atual status quo.
Pois é, Marcelo, o que me diz não me espanta nada. Aliás, a empresa onde trabalho aqui em Inglaterra realizou há pouco tempo uma série de entrevistas numa grande multinacional para entender quais as necessidades que tinham em termos de ferramentas de apoio à comunicação interna e partilha de conhecimento. O relatório final sugeria, entre outras coisas, o recurso às ferramentas sociais. A direcção disse que entendia as recomendações mas que de maneira nenhuma iria adoptá-las (pelo menos no curto prazo) por não se sentirem ainda preparados para tal.
O que estas empresas se esquecem é que estas ferramentas criam oportunidades para que as pessoas digam o que pensam num canal onde a direcção também tem representação. Isso significa que podem ficar a saber o que é dito (e que seria dito de qualquer forma através de outros canais) e podem esclarecer mal-entendidos, responder a questões, etc..
Dizer que é aceitável criticar decisões da direcção, ou questionar o status quo, quase tira o prazer de o fazer (o fruto proibido é o mais apetecido, não é?).
Um dos projectos que a empresa onde trabalho realizou recentemente foi uma intranet para uma Câmara Municipal. O objectivo foi criar um canal onde os colaboradores pudessem colocar questões, apresentar críticas, dar ideias, de forma anónima ou não, sabendo que o presidente e os vereadores estariam lá para dar seguimento. Foi um grande sucesso e agora há várias outras Câmaras que estão a pedir uma plataforma idêntica.
Ana, seu último parágrafo me deixou animado! Também trabalho em uma Câmara Municipal e fiquei interessado no que você disse. Existe a possibilidade d’eu saber mais detalhes?
tks
René, desculpe a demora em responder. A culpa é da mudança 🙂
Terei o maior prazer em dar mais informação sobre o caso da intranet na Câmara Municipal. No entanto, e porque o caso de estudo não foi ainda escrito pela Headshift (empresa onde ainda também trabalho e que realizou o projecto), não me sinto bem a detalhar este caso aqui no KMOL.
Assim, se tiver interesse, sugiro que entre em contacto comigo.