A participação dos seus colaboradores em redes sociais é vista como um grande risco tanto por organizações públicas como por empresas privadas. Os três riscos geralmente identificados, também aplicados à utilização de ferramentas sociais (e.g. wikis, blogs, chats) no seio da própria organização entre colegas, são:
- o tempo desperdiçado nessa actividade em horário de trabalho
- a transmissão, mesmo que involuntária, de informação privada e confidencial da organização
- danos à imagem da organização devido ao comportamento dos seus colaboradores nessas plataformas públicas.
O primeiro risco é algo que as organizações podem eliminar através da proibição do uso de ferramentas sociais em sites públicos e da não criação / instalação dessas ferramentas dentro da rede informática da organização. Infelizmente, ao eliminar esse risco, estão também a eliminar a possibilidade de beneficiarem de tudo o que de bom a participação nessas redes e a utilização dessas ferramentas pode trazer (ver aqui, aqui e aqui).
O segundo e terceiro riscos, infelizmente, não podem ser eliminados pois as organizações não podem proibir os seus colaboradores de utilizarem as ferramentas no seu tempo livre.
Assim, e ao invés de tentarem eliminar o risco, seria mais inteligente as organizações pensarem na melhor forma de gerir esse risco. E isso inclui encontrar formas de o minimizar.
Uma forma de o fazer é através da criação de guidelines – princípios orientadores e não regras – para utilização dessas ferramentas dentro e fora da organização.
Os princípios orientadores não variam muito de organização para organização. No entanto, a linguagem usada e a ênfase dada a determinados pontos dependerá de acordo com o tipo de organização e de se se tratarem de princípios orientadores para ferramentas específicas ou genéricas, e de ferramentas internas ou públicas.
Assim, e também por uma questão de buy-in dos colaboradores, concordo inteiramente com Patricia Yoshioka da Daiichi Sankyo Brasil que, num comentário no fórum da SBGC defende o envolvimento dos colaboradores na definição e redacção desses princípios orientadores.
Mas porque é sempre bom olhar para o que outros já fizeram e obter alguma inspiração, fica aqui uma pequena lista de princípios orientadores produzidos por alguns sites e organizações.
IBM Social Computing Guidelines
Sun Microsystems Communities: Sun Guidelines on Public Discourse
Microsoft Office Live Small Business Community: Code of Conduct
No caso destas últimas, e para o caso de não quererem ouvir o vídeo na íntegra, aqui ficam por escrito:
- Respeite a opinião dos outros
- Seja responsável
- Respeite o tópico
- Use senso comum
- Escreva em inglês
Vale a pena ler um post que foi hoje publicado no Mashable com o título 10 Must-Haves for Your Social Media Policy:
O post inclui ainda a reprodução das regras de utilização de mídia social da Headset Bros.
A propósito deste tema, gostaria de apontar para um post interessante que reflecte sobre o facto de o Município de Bozeman, Montana, EUA, pedir aos seus potenciais colaboradores que listem todos os sites sociais em que estão registados. Para além disso, e para que possam fazer uma inspecção mais profunda, pedem ainda àqueles que se candidatam a empregos no Município que indiquem quais os seus nomes de utilizador e palavras-chave de acesso. Chocante!
Fica ainda a sugestão de um post com o título “What you can do with your social media rules…” e no qual Mollybob expressa o seu desagrado por regras em sites sociais. Quando a questionei, através do Twitter, sobre se ela faz distinção entre regras e princípios orientadores, ela respondeu que o que importa é a origem dessas regras ou princípios: são estabelecidos por uma pessoa ou baseados na observação do comportamento do grupo. Muito interessante!
Mais um exemplo de guidelines de utilização de redes sociais (PDF). Estas foram emitidas pela Associated Press para os seus colaboradores, foram comentadas pela Wired e chegaram até mim através do Ponto Media.
Fica aqui um link fantástico que encontrei num post de Fernando Virbeti sobre esta temática: é para uma página que lista uma série de exemplos de guidelines produzidas pelas mais diversas organizações para governar a participação / utilização de ferramentas sociais. Vale a pena espreitar!
Mais um link, desta vez sugerido pelo Álvaro Gregório via Twitter, e que aponta para um post onde Chris Lake sugere uma lista genérica de 16 princípios orientadores para a utilização de sites sociais produzida com base nos princípios orientadores definidos por várias empresas: IBM, BBC, Intel, Kodak, SAP e Zappos. (De referir que já partilhámos aqui no KMOL a experiência da Intel e da Zappos na utilização de ferramentas socias.