Há poucos dias o José António Henriques Dinis, autor do livro Guerra de Informação: Perspectivas de Segurança e Competitividade sobre o qual já aqui escrevi, alertou-me para um pequeno texto com o título “Is it What You Know, or Who You Know that Leads to Success?“.
O texto, de Jack S. Duggal, fala da importância das nossas redes pessoais de contactos como um factor crítico de sucesso nos dias de hoje e parte daí para referir o mapeamento e a análise das redes sociais nas organizações.
O que torna este texto interessante é o facto de ter sido publicado no site do PMI – Project Management Institute. Isto é, é o facto de estar a alertar os gestores de projecto para a importância das redes sociais no âmbito das equipas de projecto. Não é novidade mas não deixa de ser de louvar e de realçar.
Há organizações que contratam pessoas não só com base na experiência que têm mas também com base na rede de contactos que trazem consigo – de potenciais clientes mas também de pessoas a que podem recorrer para tirar dúvidas e discutir ideias. Estou certa de que o mesmo deveria acontecer no contexto de equipas de projecto. Quem são as pessoas-chave que devemos ter na nossa equipa de projecto para garantir máximo sucesso? Quais as suas características mas também quais as ligações sociais que devem trazer para a equipa? Perguntas a considerar da proxima vez que precisar de criar a sua equipa.
[…] resultado foi fantástico (bem a propósito do meu último post): um conjunto fantástico de posters que destacam a importância das redes […]
Oi,
a questão das relações na gestão de projectos é um ponto essencial e muito focado nos eventos da IPMA (organização ligada à gestão de projecto mais alinhada com competências ao contrário do PMI mais alinhado com o processo). O alinhamento com os stakeholders (leia-se, todos os interessados no projecto) é um ponto fulcral em todos os projectos já que, sem pessoas, não há projectos. Este ponto lida também com a gestão de interesses e forças, até porque, há sempre os que estão a favor do projecto e os que estão contra, há sempre as facilidades e as dificuldades. E tipicamente, os maiores problemas não são os sistemas nem infraestrutura, são as pessoas. basta focar a problemática da gestão da mudança.
Alinhado com isto está a empatia, a liderança e outros aspectos comportamentais. Não penso que neste contexto esteja em foco a questão da rede social abrangente mas sim a no ambito do projecto. As coisas dependem muito da competência do gestor de projecto gerir as forças que advem dos stakeholders. E para terminar, por vezes é mais importante estarmos bem com a secretária do presidente (a tal que nos dá acesso à agenda e consequentemente ao contacto) que um director. E não há projectos e contextos iguais, nem mesmo na exacta organização.
Sem dúvida, João! E é exactamente esse tipo de relacções, portas e muros, que a análise das redes sociais nos permite. Perceber a relação que existe, ou não, entre os vários stakeholders de um projecto, é muito interessante e, mais do que isso, pode revelar-se crucial. Especialmente em projectos de grande dimensão em que há muito em jogo. Não seria maravilhoso sabermos se a “porta de entrada” para o presidente é a secretária ou o amigo que joga futebol 5 com ele? Ou que se queremos motivar um key player da equipa não é através do seu chefe directo, com quem não gosta, mas através de um dos seus colegas?
Era muito bom que, especialmente em projectos de grande dimensão como referi anteriormente, houvesse a preocupação de fazer este tipo de análise. Os resultados por vezes são o que se espera, mas muitas vezes surpreendem.