Facto: a inovação tem mais probabilidade de acontecer quando áreas distintas de conhecimento se aproximam ou confrontam
Facto: no início de uma ideia inovadora ou de um avanço tecnológico, o conhecimento é essencialmente tácito
Facto: o conhecimento tácito é extremamente difícil de transmitir a não ser pela conversa directa, pela partilha de histórias, metáforas e experiências
Ora, se queremos aumentar a inovação das nossas organizações, devemos procurar formas de provocar essa partilha entre pessoas em áreas diferentes da organização ou entre a nossa organização e outras fontes externas. Esse é um objectivo que pode ser conseguido através da realização e participação em eventos, através da realização ou participação em projectos conjuntos, ou através da socialização online, por exemplo. A serendipidade é o segredo!
Deixo aqui o vídeo de uma pequena entrevista de Joshua-Michéle Ross a John Hagel, do Center for the Edge da Deloitte (pouco mais de 5 minutos), onde estes tópicos são discutidos de forma muito interessante.
Já agora, de acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, serendipidade é a aptidão para descobrir coisas agradáveis por acaso ou uma coisa descoberta por acaso.
Gostei muito do vídeo e, para mim, este post foi um exemplo concreto do conceito de serendipedade expresso por Joshua. Valeu Ana!!!
Fico muito contente, Marcelo! É para que haja momentos desses que vou continuando a escrever umas coisitas por aqui 🙂
Receio que serendipidade seja mais um “meme”. Saltou de um conto e permeia hoje até textos teóricos.
Penso que nos induz ao erro de acreditar em “forças externas” quando toda a mágica do fenômeno ocorre apenas em nossa mente. A dita realidade é o que é, e é de uma complexidade inescrutável. Nossa mente é que atribue significado para certas correlações percebidas.
Desculpem a visão positivista.
Imaginem também argumentar com o Thomas Edison, que não foi o suor dele nem de seus diligentes colaboradores o responsável pelas suas descobertas. Que resposta não receberíamos!
Ferdinand, sou uma grande defensora do trabalho árduo (quem me conhece sabe que mais do que defensora sou também uma praticante ;-)) no entanto, e tal como o Ferdinand referiu num comentário a um outro texto, a sorte também joga um papel muito importante. Há muitas pessoas que não trabalham muito e são bem sucedidas por uma questão de sorte, e outras que trabalham imenso e não conseguem o que querem por falta dela.
Da mesma forma, acredito no acaso (e não no destino). Acredito que decidirmos ir a um evento, ou apostar num determinado cliente, ou aceitar uma oferta de emprego, ou telefonar a um amigo num determinado dia, são tudo acções que nos colocam em posição de socializar e de nos depararmos com novas realidades, ideias, etc..
Serendipidade pode ser mais um daqueles “chavões” que se usa mas, na verdade, e para mim, é um fenómeno muito interessante, válido e digno de ser explorado no âmbito da gestão de conhecimento.
Ana, não tenho intenção de polemizar sobre o termo.
Apenas expresso minha modesta opinião, que muitas vezes não coincide nem com a opinião dos mestres nem com a opinião da maioria.
Faz muito bem, Ferdinand. Aliás, se todos concordassem com o que é dito, a evolução seria pouca e lenta 🙂
Ana, outro conceito que não concordo é : “Errar é humano”
Todos os seres animados erram, não é prerrogativa do genero humano. Mas vai tirar este conceito da mente das pessoas, como?
A serendipidade dá-se naqueles momentos “eureka” !
Andrea, eu diria antes que a serendipidade conduz aos momentos “eureka” 🙂
Serendipidade – Seriam apenas as coisas descobertas por acaso nos casos em que você não as está procurando. O “eureka ” tão marcante do Arquimedes não está nesta categoria. Conta a lenda que ele estava procurando a solução já fazia algum tempo. No caso dele foi a coroação do esforço de um pesquisador imerso profundamente no problema. E ele descobriu que estavam tentando enganar o Rei.
Ana, Bom dia!
Do ponto de vista positivista não existe nenghum fenômeno a que pudessemos chamar serndipidade.
As leis de causa e efeito são o que são quer as chamemos de complexas ou não.
Nossa mente é que vai percebendo/criando as relações entre causa e efeito, e aí há muita confusão.
Uma simples correlação fortuita é confundida como causal e vamos navegando num mar de misticismos.
Por que é que é sempre no último lugar que procuras é que achas o que estavas procurando?
E à todas as coisas que achaste neste processo, e que não estavas procurando, exclamas “eureka!”
Tenho dúvidas que o faças.
Penso que existe algo de místico nesta palavra, por isso ela encanta tanta gente.
Algo como fadas, anjos…..
Forte abraço
Ferdinand
Acabei de ver os slides da apresentação que a Ana Silva (aka AnaDataGirl) fez na Switch Conference a semana passada. Vale a pena ver AQUI!
Realmente bonito de ver.
Muita criatividade e bom gosto.
Reforça minha suspeita pela nossa predileção inata pelo místico.
Há poucos dias assistí a palestra do Peter Donnelly.
Ele demonsta com muita maestria como nossa intuição está quase sempre errada.
Precisamos estudar estatística, e muita.
Senão vamos ver correlações em todos os acasos!
Vejam em: http://www.ted.com/talks/peter_donnelly_shows_how_stats_fool_juries.html