É interessante como poucos livros de gestão de conhecimento abordam a questão da avaliação. Interessante também a forma como, aqueles que o fazem, se concentram sobretudo na avaliação de actividade (quantos utilizadores nos sistemas, quantas reuniões de After Action Review, quantas comunidades de prática, etc.). Mais interessante ainda o facto de que todos os livros que tenho visto que referem a avaliação, deixam este tema para o fim.
Conscientemente ou não, estão a dizer a quem os lê que a avaliação é algo que pode ser deixada para o fim (e até esquecida se o tempo não chegar). O que a experiência me diz é que a avaliação, tanto de actividade como de impacto, deve ser considerada desde o primeiro minuto. É importante que um plano de gestão de conhecimento inclua a definição de métricas e do plano de avaliação, e que estas actividades tenham lugar logo no início da execução do plano de GC.
Isto porque se assim não for: a probabilidade de ser feita decresce rapidamente; os mais cépticos irão dizer que as métricas identificadas foram-no porque já se sabia que essas eram as áreas em que havia melhores resultados para mostrar.
No caso dos livros, penso que, se colocam a avaliação no final está bem. Pressupomos que o leitor precisa saber do que se trata primeiro para então poder conduzir uma avaliação.
No caso de especialistas, aí a questão é outra. Nem precisam que se mencione sobre avaliação!
Ví hoje um comentário interessante de Ha-Joon Chang, no livro “23 Things They Don’t Tell You about Capitalism”, sobre especialistas. Conta que na Coréia um dito popular é mais ou menos assim: Macacos também caem das árvores.
Este livro não tem nada a ver com a GC, nenhum comentário. Só que tem tudo a ver com o mundo onde estão inseridas as organizações e as empresas. Para mim derrubou alguns mitos que bloqueavam minha forma de conceituar o mundo dos negócios. E aí tem tudo a ver com GC.
Pena que este só foi editado ano passado. Gostava de ter lido há algumas decadas.
Fiquei muito curiosa sobre esse livro, Ferdinand. Pode ser que um dia eu venha a ler. Para já a pilha de livros à espera da minha atenção é grande.
Penso que o Ha-Joon não está revelando nenhuma novidade para os CEOs das grandes organizações. Apenas descreve como o mundo dos negócios funciona. E funciona realmente de forma distinta do que eles mesmo nos fazem acreditar.
Lembras das 3 grandes mentiras que o Art Klein comentou em uma entrevista que transcreveste. É mais ou menos no mesmo nível. Só que são mais 20.
Só para teres uma idéia dos títulos dos capítulos( things):
Thing2 – Companies should not be run in the interest of their owners.
Thing5 – Assume the worst about people and you get the worst.
Thing7 – Free-market policies rarely make poor countries rich.
Thing17 – More education in itself is not going to make a country richer.
Quem tiver como missão implantar GC, leva vantagem se tiver repensado estes conceitos. Fica mais afinado com o patrão.
Mas, espera, Ferdinand, o Ha-Joon diz essas coisas ou diz que essas coisas são mentira?
Ana
Lí o livro por causa dos comentários na Amazon.
Ele é professor na Cambridge University( Reader in the Political Economy of Development at Cambridge University)
Para cada título (que ele chama de “thing”) ele comenta o que vem ocorrendo e porque.
Cita fatos históricos e as fontes.
Faz bastante sentido, mesmo para um não especialista. E é bem divertido de ler.
Vou ler também o livro anterior “the Bad Samaritan”.