Aproveite a crise

As organizações parecem estar com medo da crise. Também, não será para menos: somos bombardeados constantemente com o cenário dantesco que nos é passado pelos meios de comunicação social e pelos políticos que, em campanha e pelos meios de comunicação social, enfatizam os aspectos que mais lhes convêm da negra realidade.

É essa crise que serve de justificativa para que as organizações, por exemplo, não queiram “agora” olhar para a gestão de conhecimento. Pois bem, já aqui escrevi sobre esse tópico. Hoje, no entanto, gostava de falar um pouco mais sobre isso.

Parece que as organizações estão demasiado ocupadas a preocuparem-se com a crise, querendo poupar todos os tostões e sem disponibilidade mental para considerar novas possibilidades.

Se por um lado é importante que as organizações se consciencializem da situação económica, é também importante que a vejam como uma oportunidade. E essa oportunidade pode não ser, necessariamente, uma oportunidade para novos negócios mas uma oportunidade para organizar a “casa”. Se o negócio está fraco, porque não aproveitar para repensar a estratégia? Porque não aproveitar para formar os seus colaboradores? Porque não aproveitar para testar algumas ideias que têm ficado na gaveta? Porque não aproveitar para pensar estrategicamente algumas das áreas de suporte, como a gestão de conhecimento, recursos humanos, TI?

“Lá está ela a puxar a brasa à sua sardinha!”, pensarão vocês. Talvez tenham razão, mas eu também tenho 😉

A formação dos colaboradores não tem de custar balúrdios. Se o nível de actividade da organização está mais baixo, podem aproveitar para rodar os colaboradores por outras equipas ou unidades de negócio. Vantagens?

  • Maior consciência do que se faz na organização e de como o seu trabalho encaixa
  • Melhor conhecimento de colegas noutras áreas
  • Com “pessoas de fora” a olhar para processos estabelecidos, podem surgir ideias de melhoria
  • Quem sabe os seus colaboradores descobrem novas vocações que lhes dêem mais satisfação e os incentivem a um melhor desempenho?

E quanto a pensar estrategicamente na gestão de conhecimento… Pois bem, se a falta de tempo tem sido a desculpa para não o fazer, há que aproveitar quando as coisas estão mais calmas, certo? Pense o que é que poderia ter feito antes que tivesse ajudado a sua organização a ultrapassar a crise de outra forma. Ou, se as coisas até estão a correr benzinho, que conhecimento e processos tornaram isso possível. Essas são as “coisas” que deverá continuar a fazer de forma estratégica e consciente para que ajudem a sua empresa numa próxima situação menos favorável.

Ah, e já agora, no que diz respeito à experimentação, e voltando a puxar a brasa à minha sardinha, uma das “coisas” que a sua organização pode experimentar – até porque os custos são praticamente nulos – são as ferramentas sociais. Veja como podem ser usadas dentro da sua organização para:

  • facilitar a partilha de conhecimento
  • apoiar a formação dos colaboradores
  • acelerar o acolhimento de novos colaboradores (sim, porque daqui a uns tempos vai querer contratar mais pessoas)
  • agilizar a inovação
  • melhorar a comunicação interna (especialmente importante em alturas mais difíceis)
  • potenciar a colaboração.

Banner do Organização 2.0Como digo o investimento necessário para começar a experimentar é muito reduzido, podendo mesmo ser nulo. Muitas das empresas que hoje usam estas ferramentas começaram a fazê-lo sem qualquer investimento e ao nível de uma ou duas equipas. Depois as coisas correram bem e agora é sempre a andar. Veja-se o caso da Altitude Software

O evento “Organização 2.0” vai dar algumas pistas e concretizar com o testemunho de cinco organizações, públicas e privadas, que já sabem de que é que eu estou para aqui a falar. Se puder estar presente, óptimo!, inscreva-se. Se não puder, pelo menos prometa que vai investigar um pouco e explorar estas ideias. Acredite que não se vai arrepender.

Se eu puder ajudar, avise.

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