A questão da linguagem é fulcral na comunicação organizacional e na gestão de conhecimento. A linguagem usada para motivar a partilha de conhecimento, usada para documentar o próprio conhecimento, para transferir conhecimento, etc.. Porém, todos sabemos que a comunicação é difícil entre pessoas que usam linguagens diferentes. E quando se fala em linguagem não falamos necessariamente de línguas diferentes, falamos também dos vocábulos usados, no tom escolhido, e até mesmo no canal. É importante por isso perceber se o que é enviado é recebido e interpretado da mesma forma.
E sempre que falo nesta questão da linguagem e das quebras de comunicação penso na diferença de linguagem entre os informáticos e “os outros” (eu sou engenheira informática, pelo que nada contra pessoas desta espécie 🙂 ). Vejam-se estes dois exemplos.
Quando um informáticos fala em “out of the box”, fala na instalação de uma ferramenta informática sem qualquer costumização, a configuração standard que muitas pessoas irão usar também. No entanto, “out of
the box” é geralmente usado para referir pensamentos fora da norma, inovadores. Isto é, “out of the box” é usado com significados quase que opostos.
Um outro exemplo é o conceito de transparência. Se um informático disser que um processo será transparente para o utilizador quer dizer que o utilizador não necessita saber o que se passa por trás do pano. Contudo, uma outra pessoa pensará que é exactamente o oposto: que o utilizador verá tudo o que se está a passar.
E deixem-me dizer-lhes o quão engraçado é estar numa sala com um grupo de informáticos e “outros” a ter uma discussão pateta causada pela diferença de linguagem, especificamente em torno deste segundo conceito.
Confesso que os deixei discutir um bocadinho antes de esclarecer as coisas e salientar a importância da linguagem na comunicação 🙂
[…] Há um problema recorrente nas organizações: a falta de comunicação e/ou entendimento entre os vários departamentos. A comunicação com o departamento de Informática ou TIC, é um dos casos mais comuns do qual até já aqui falei. […]