Foi preciso um artigo no Público sobre blogues para me fazer regressar aqui ao KMOL para escrever depois de um longo silêncio. Poderia culpar a época natalícia, ou as obrigações familiares, mas apesar de essas razões também terem contribuído, a verdade é que tenho andado com a cabeça a mil a pensar e a concretizar vários projetos.
O artigo no Público fala sobre os blogues, sobre a forma como, dez anos depois, a “blogosfera” mudou. Muitos blogues mas com atualizações mais esporádicas (hmmm, este comentário faz-me pensar em alguém!) e um aumento dos blogues coletivos de forma a que a responsabilidade de dinamizar e gerar conteúdo não pese demasiado a uma só pessoa.
Um aspeto não referido pelo texto em causa, não surpreentemente tratando-se de uma publicação generalista, é o papel dos blogues no seio das organizações. Do meu ponto de vista, e apesar da promessa que foram e que continuam a ser, a escrita de blogues internos foi algo que não “pegou”.
Várias organizações agarram os blogues como forma de dialogar com o exterior, para difundir a marca, mostrar abertura, promover produtos e serviços, sondar o mercado, etc.. No entanto, poucas foram as organizações que conseguiram introduzir os blogues internamente com sucesso.
E as possibilidades são muitas. Uma delas, e que muito me entusiasma, é a da utilização dos blogues como um registo de projeto e/ou aprendizagem.
Durante a organização do Cidadania 2.0 de 2010 e 2011, recorri ao blogue da plataforma Sosius para registar as notas das reuniões, para documentar conquistas importantes, acontecimentos relevantes. Essa foi uma importante forma de comunicar com a Ana Silva e o Vitor Silva mas também de registar os eventos, em sequência, para mais tarde recordar.
Agora que estamos a começar a preparar o Cidadania 2.0 deste ano, uma das minhas primeiras atividades é olhar as entradas passadas do blogue para me lembrar de coisas a fazer, pessoas a contactar, erros a evitar, etc..
Mas os blogues não são a resposta para tudo e pode parecer ridículo criar uma entrada num blogue para dizer “Conseguimos um novo patrocinador” ou “Atingimos as 200 inscrições”. Para isto, os microblogues são muito melhores. E daí a importância de conseguir criar um equilíbrio entre a funcionalidade de qualquer plataforma que se introduza numa organização.
A propósito disto mesmo, recomendo a leitura de dois recentes contributos de John Tropea sobre as activity streams: “An anecdote of social messaging as the killer app” e “Activity stream products have high adoption as the barrier to entry is very low”