Este ano, pela primeira vez, tive o privilégio de participar no XI Fórum da Arrábida organizado anualmente pela Associação para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (APDSI).
A temática do debate para esta 11ª edição foi “Uma agenda para o crescimento e a coesão social”, dividida em três sub-temas:
- criar valor económico pela via da Sociedade da Informação
- Sociedade da Informação para uma maior coesão social
- competitividade das PMEs na Sociedade da Informação.
As conclusões e sobretudo as recomendações do grupo de trabalho que ali se reuniu serão oportunamente publicadas pela APDSI e entregues às organizações consideradas em posição para as considerar e operacionalizar.
Até lá, deixo algumas notas pessoais sobre o que, para mim, se destacou nestas 30 horas que passei no idílico cenário do Convento da Arrábida.
1. O Estado todo poderoso
Estava numa sala com pessoas de grande gabarito, com boas redes de contactos, com invejáveis carreiras profissionais e grande dinamismo. Foi para mim um choque o número de vezes que ouvi falar de “O Estado / o Governo devia fazer / dar / garantir / ajudar…” e outras variações semelhantes.
Pergunto-me o que será preciso para mudar, de uma vez por todas, esta mentalidade. O Estado deve existir para criar condições favoráveis às nossas realizações. Mas cabe-nos a nós fazer, trabalhar com as condições existentes e criar oportunidades. Sejamos adultos!
2. Infra-estrutura sem conteúdo
Variadas vezes se referiu a elevada qualidade da infra-estrutura tecnológica em Portugal: uma boa rede web, uma enorme penetração de telemóveis, o próprio Magalhães. A verdade é que sempre que se falou da qualidade da infra-estrutura, referiu-se sempre a falta de aplicações e conteúdo de qualidade em português (questão que também já aqui abordei). As aplicações e o conteúdo são o que falta para dar razão de ser à infra-estrutura existente e para provocar uma verdadeira vontade de utilização.
3. Nem só com coisas tristes vive Portugal
É URGENTE dar visibilidade aos casos de sucesso: internamente para que as pessoas percebam que no país não há só falências; externamente para solidificar a imagem que lá fora já têm dos portugueses como um povo dinâmico, trabalhador e tecnicamente qualificado.
4. Redes e ferramentas sociais: para que é isso?
O papel que as redes e ferramentas sociais podem ter para a competitividade das organizações, para a coesão social e para as atividades de cidadania continua a ser grandemente desconhecido. Isso dá-me força para continuar a organizar eventos como o Cidadania 2.0, o Social Now ou o Organização 2.0.
5. Se fizermos o que sempre fizemos até aqui…
A mudança de paradigma que a macrowikinomia as ferramentas sociais potenciam é algo nublosa e antecipada com algum receio. As organizações sentem-se ameaçadas pela conjuntura mas mostram-se reticentes a repensar produtos, serviços, modelos de negócio e processos de trabalho.
E aqui quase poderíamos voltar ao ponto 1: é fácil apontar o dedo e colocar o peso da responsabilidade no Estado ou em terceiros, e difícil assumir as rédeas do seu próprio destino com coragem e energia positiva.
Fico ansiosamente a aguardar o relatório escrito deste Fórum, curiosa para saber se teremos força para levar para a frente as recomendações que dele constam.
As conclusões das últimas dez edições do Fórum da Arrábida, estão agora publicadas em livro. Incluem coisas como:
- estimular projetos de troca e circulação que dinamizem a relação entre projetos existentes, criando sinergias, massas críticas e economias de escala
- Combater a “subsídiodependência” da Sociedade Civil, transformar o subsídio em prémio pelo sucesso e inovação do projeto.
- Criação de plataformas de integração de dados
(Ainda muito atuais, não acha?)
Se tiver vontade de dar força a este trabalho, junte-se à APDSI.
[…] passada sexta-feira, dia 11 de Outubro, tive o prazer de participar pela segunda vez no Fórum da Arrábida organizado pela APDSI – Associação para o Desenvolvimento da Sociedade da […]
[…] evento anual da APDSI onde participei este ano pela segunda vez, a certa altura debatíamos o facto de que Portugal tem uma das maiores taxas europeias de […]