Esta manhã acordei para uma notícia que me despertou imenso a atenção: “Prostitutas brasileiras organizam aulas de inglês como preparação para Mundial 2014”.
A notícia trouxe um sorriso aos meus lábios porque, de imediato, pensei “que bom seria se mais organizações conseguissem pensar de forma tão estratégica”!
Esta iniciativa da Aprosmig – Associação de Prostitutas de Minas Gerais, no Brasil, olhou para o mercado e percebeu as oportunidades que se avizinham face às grandes realizações desportivas no que se avizinham no Brasil. De seguida, analisou e percebeu que muitas das suas associadas não têm o conhecimento necessário para poder tirar partido dessas oportunidades.
Pensou assim, um plano de formação, capaz de criar o conhecimento em falta e dotar o conjunto de uma maior possibilidade de fazer negócio.
Não será esta uma sequência lógica para pensar na aquisição de conhecimento numa organização?
Pois bem, em penso que sim.
E quando considero a aquisição de conhecimento como um dos processos do conhecimento organizacional, penso sempre em todo este fluxo.
Nele observamos vários momentos em que o conhecimento, e os processos organizacionais a ele inerentes, são chave.
Por exemplo, no olhar o mercado. O processo de análise do mercado é essencial. Aqui estamos um pouco na área da inteligência competitiva, ou inteligência de negócio, ambas áreas que em tudo se relacionam com a gestão de conhecimento. Esta atividade, formalizada ou não, é vital para que a organização possa sobreviver e ser bem sucedida. Mesmo um pequeno café de bairro pode perder os seus clientes, se não estiver atento a outros estabelecimentos que possam abrir na rua de trás com preços mais atrativos ou com um ambiente mais acolhedor.
A identificação do conhecimento e das competências necessárias é fundamental. Aliás, é fundamental a organização saber, a cada instante, as competências, experiências e até contactos, com que pode contar para a execução da sua estratégia e dos seus processos internos.
E quando falamos da definição de um plano que inclua diferentes métodos para aquisição de conhecimento, estamos a falar de uma linha de ação que pode considerar:
- a formação, interna ou externa, formal ou informal, de colaboradores
- o recrutamento de profissionais na posse do conhecimento em falta
- a contratação de profissionais ou empresas que, a título temporário, “coloquem” na organização o conhecimento necessário.
Aquilo que se poderia pensar ser uma atividade tão pouco planeada e profissional, acaba por se revelar, pelo menos no âmbito desta Associação de Minas Gerais no Brasil, algo bem mais profissional do que muitas organizações que se vêem por aí.
Só que acho que no exemplo citado estão apenas com o foco na língua ( comunicação). As oportunidades de negócio carecem de estudos mais completos do sistema como um todo.
A associação deveria montar um grupo de estudo de empresários do setor e fazer um completo levantamento desde aspectos culturais, acomodações, riscos segurança e porque não até um seguro!
Sem dúvida, Ferdinand. De qualquer forma, já a questão da língua me parece importante e estratégica para a profissão. Assim, é de louvar o que estão a fazer.
Para além disso, gosto de pegar em coisas pequenas, que por vezes até parecem desligadas, e usá-las como ponto de partido para algumas reflexões sobre gestão de conhecimento e sobre a vida organizacional.