Nos dias 7 e 8 de Abril estive no evento Social Now Europe 2014. Tratou-se da terceira edição deste evento que organizo e que, desta vez, se realizou em Amesterdão, na Holanda. Acredito que foi ainda melhor que as duas anteriores.
Considerando que já várias pessoas, e os media partners online, já partilharam algumas perspetivas sobre o evento e alguns dos pensamentos que o evento despertou, e que eu sou um bocadinho parcial para poder fazer uma crítica fiável, decidi apenas partilhar aqui os pontos principais da minha brevíssima apresentação no Social Now.
O título da minha intervenção foi “What’s social got to do with it”.
Somos animais sociais.
Como tal, gostamos de nos sentar e falar, olhar nos olhos uns dos outros, contar histórias, rir e chorar, partilhar conhecimento, ajudar e trabalhar com outras pessoas.
Estas atividades revelam quatro elementos que valorizamos imenso:
- conversa
- confiança
- sentimentos
- comunidades.
Quando desenvolvemos uma ferramenta social ou trabalhamos para introduzir uma nas nossas organizações, temos de respeitar estes elementos. O risco de não o fazer é a total perda de tempo em algo que as pessoas não vão usar.
O que fazer com esta informação?

4 aspetos a considerar quando criar e disponibilizar ferramentas sociais na sua organização
No que diz respeito ao elemento “conversa”, garanta que encontra uma ferramenta que fale a mesma linguagem da sua organização (e permitam-me sugerir a leitura deste fantástico texto de Bertrand Duperrin).
Isto é ainda mais importante quando pretende que as ferramentas ajudem a mudar a forma como as pessoas da sua organização trabalham. Se quer que as pessoas saiam da sua zona de conforto e trabalhem de modo de diferente, não introduza uma linguagem diferente como obstáculo adicional.
Para que as pessoas confiem e se sintam inspiradas pela nova forma de trabalhar de que lhes tenta falar, as suas ações precisam de merecer confiança, a sua mensagem deve ser transparente e a qualidade do serviço consistente.
Alguns dias antes do evento coloquei no Facebook a questão “What’s social got to do with it?“. Uma amiga respondeu:
“Who needs a social network when a link can be broken?”
Apesar da dose de humor, esta resposta foca a importância da confiança. Como podemos confiar numa ferramenta se esta pode falhar quando mais precisamos?
É vital que envolvamos as pessoas desde cedo. Consiga que elas ajudem a avaliar requisitos, definir prioridades, escolher ferramentas, desenhar o plano de implementação, fazer formação, defender a nova abordagem colaborativa.
O medo é um sentimento comum em períodos de mudança. Temos de respeitar esse sentimento e ter paciência.
Por último, é importante criar atividades que aproximem as pessoas enquanto grupo de indivíduos que enfrentam um mesmo desafio (trabalhar de forma diferente ou usar uma nova ferramenta).
As ferramentas são apenas uma pequena parte de um grande processo. Como se viu no Social Now, a maior parte das ferramentas sociais oferece a mesma lista de funcionalidades. Porém, possibilitam formas diferentes de trabalhar e servem culturas organizacionais distintas.
É a forma como introduzimos as ferramentas nos processos organizacionais, o tipo de histórias que contamos, a forma como conseguimos envolver as equipas, o grau de confiança que têm em nós, que vai fazer a diferença e ditar até que ponto as ferramentas são usadas e a organização vê retorno no seu investimento.
E isso é o que o “social” tem a ver com isto!