Marc Wright interviews Rosie Valentine at SMiLE London 2015

Notas do SMiLE London

Esta semana fui pela primeira vez ao SMiLE London. Trata-se de um evento organizado pela simply-communicate e que atrai um bom número de  participantes a cada edição. O nome prometia um evento sobre Social Media in the Large Enterprise (SMiLE). E foi isso mesmo que nos deram.

Em palco Marc Wright, publisher da simply-communicate e inventor do SMiLE, foi fantástico enquanto entrevistador da maioria dos convidados. Estes vinham sobretudo de grandes organizações privadas (por exemplo Virgin Trains, ABB, Paddy Power, PwC, EY e Philips), mas havia algumas exceções: The Royal Free Hospital e a Football Association.

Partilho aqui algumas ideias das apresentações e termino com a minha opinião sobre o evento.

Football Association, por Jamie Craig

  • Na Football Association, o projeto da intranet é liderado pela equipa de TI mas, apesar disso, há um grande esforço para garantir que é claro para os colaboradores o que ganham com a sua utilização (what is in it for them).
  • O conteúdo parece estar a ser uma das principais razões do sucesso

Philips, por Denis Agusi

Uma das novidades da nova intranet, prestes a ser lançada, é a página inicial. É customizável, por cada colaborador, para que não pareça uma tradicional e “chata” home page.

Lembramo-nos provavelmente dos dias em que os fornecedores agitavam essa funcionalidade em frente aos nossos olhos como o segredo para uma boa taxa de adoção da intranet. Porém, ouvi imensas organizações, vezes sem conta, queixarem-se de que ninguém usava essa funcionalidade. Tenho bastante curiosidade para saber como vai correr a experiência na Philips. Porque a Philips entende que é vital ser fácil encontrar conteúdo, emprega um taxonomista para garantir uma boa classificação. ABB, por Veronique Vallieres A ABB quer garantir que o valor para o negócio é totalmente claro para a Direção. E, para essa, o valor vem da colaboração, do empenho e da inovação.

Paddy Power, por Rosie Valentine

  • A gestão de topo parece ter desempenhado um papel fundamental no sucesso da intranet: liderando por exemplo, utilizando a plataforma, e encorajando um tom divertido e leve para a comunicação.
  • A equipa composta por apenas duas pessoas apoia-se nas estatísticas de atividade para decidir o conteúdo da sua newsletter semanal.

EY, por Emanuele Quintarelli

O fantástico Emanuele destacou a importância de uma necessidade de negócio clara para se avançar com o “social” dentro da empresa:

“Leaders only speak leaders talk. They don’t care about collaboration: they care about results.”

Porém, também disse, “You can start with the business cases but you need to win people’s hearts and souls if you want them on board.”

As experiências que ouvimos durante o dia do evento demonstraram como tanto as abordagens de cima para baixo (top-down) e as de baixo para cima (bottom-up) podem funcionar. Mas a abordagem que se revela sempre mal sucedida é a de “lança e reza” (“deploy-and-pray“) descrita pelo Emanuele Quintarelli.

Um tema que foi diversas vezes repetido foi o papel chave dos gestores de comunidade (community managers).

Apesar de estar totalmente de acordo com a importância da gestão de comunidade, não vejo que tenha sempre de ser um papel explícito. Aliás, em algumas situações nem o deverá mesmo ser. Dependendo da cultura da organização, a autenticidade e o toque pessoal são fundamentais para que a gestão de comunidade tenha impacto. Ter alguém na organização com o título de gestor de comunidade pode, de imediato, arruinar o sentimento de autenticidade.

Gostei particularmente de ouvir como empresas diferentes estão a adotar tons tão diferentes para a sua comunicação interna. O humor na Paddy Power e na Virgin Trains destacaram-se (a Virgin Trains até faz vídeos com um alpaca nos seus comboios). São comunicações fortes e totalmente alinhadas com a cultura e com o tom de comunicação externa de ambas as empresas.

Um último “eco”:

Para terminar, um comentário ao evento propriamente dito.

Surpreenderam-me algumas partes do debate onde, com um fornecedor em palco, a conversa guinava para o apontar o dedo a esta ou aquela característica de uma dada ferramenta (normalmente sempre a mesma, e sempre uma das grandes). Acredito que isto possa confundir os participantes:

  • empresas diferentes precisam de ferramentas diferentes e o que é uma “má característica” de uma ferramenta numa empresa pode ser a característica com mais impacto positivo noutra organização;
  • a luz (para o bem e para o mal) incidiu sempre nas grandes ferramentas, deixando de lado outros players mais pequenos deste vasto mercado.

Gostei imenso do formato de entrevista: é fresco, leve e quebra a rotina. Ainda assim, este evento não tapa o vazio daqueles que participam para perceber como é que estas ferramentas são usadas no dia-a-dia de uma organização e como se integram com os processos e outras ferramentas.

E é por isso que o formato inovador do Social Now continua a ser tão importante. E é por isso que está a receber um crescente nível de interesse por parte das organizações que querem abraçar as ferramentas sociais para melhor colaboração, comunicação, inovação e trabalho eficiente.

Foto de Dan Thomas: Marc Wright interviews Rosie Valentine at SMiLE London (9th November 2015)

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