No passado dia 22 de novembro tive a privilégio de poder estar no 13º Encontro Nacional da COTEC. A edição deste ano foi dedicada à economia circular.
De acordo com a própria organização:
“Economia circular é: Um modelo de desenvolvimento sustentável que permite devolver os materiais ao ciclo produtivo através da sua reutilização, recuperação, reparação e reciclagem, assegurando assim maior eficiência na utilização e gestão de recursos, maior sustentabilidade do planeta e maior bem-estar das populações.”
A oradora convidada para falar deste tema foi Ellen MacArthur que alguns conhecerão como a velejadora que em 2005 bateu o recorde mundial com a mais rápida circum-navegação em solitário ao redor do globo. Atualmente Ellen MacArthur dirige uma organização sem fins lucrativos, a Ellen MacArthur Foundation, que trabalha para consciencializar o mundo sobre a importância da economia circular e para mudar comportamentos.
Durante a sua apresentação Ellen MacArthur disse que é fundamental manter as coisas no estado necessário para que tenham máximo valor e utilidade. Quis com isso dizer que, uma caneta vale mais do que as partes que a compõem e que cada uma dessas partes vale mais do que o material necessário para as criar. Assim, é importante tentar manter a caneta no seu estado de caneta o maior tempo possível pois isso será um melhor aproveitamento de recursos.
Isto, diz a Ellen, representa uma grande mudança. Esta mudança passa por hábitos pessoais mas também por modelos de negócio que influenciem esta mudança de hábitos.
Confesso que tanto a mensagem como a mensageira me entusiasmaram e inspiraram bastante. E fiquei a pensar. Como se poderia aplicar este conceito da economia circular ao conhecimento? Poder-se-á dizer porventura que o conhecimento não é um recurso escasso. Mas, não será ele demasiado valioso para que não se faça o possível e o impossível para o manter no máximo da sua utilidade e valor?
E quando é que o conhecimento atinge o máximo da sua utilidade e valor? Quando é aplicado. E para ser aplicado é preciso estar disponível quando dele se necessita.
É vital que as organizações sejam capazes de criar processos de trabalho que preservem o conhecimento e o impulsionem até ao máximo do seu valor. Acredito que pode ser muito interessante pensar na economia circular do conhecimento.
Vamos olhar para as nossas organizações e pensar como podemos garantir que o conhecimento criado por uma área de negócio é reaproveitado por outra; vamos identificar os processos que atualmente criam obstáculos à (re)utilização do conhecimento (como a nossa dependência do email, por exemplo); vamos idealizar processos que agilizem a transferência do conhecimento, de umas pessoas para as outras, pois esta será seguramente a melhor forma de o conhecimento ser aplicado.