Nos últimos dias fui surpreendida pela forma elogiosa como Jesus Martinez Marin, de quem muito admiro, falou e ecoou o meu recente post sobre peer assists. E fê-lo num post a que chamou “Serendipia” ou, em português, Serendipidade.
Esse seu post fez-me pensar num texto que escrevi em 2012 para o blog iGovSP: um texto precisamente sobre serendipidade e que, por sua vez, havia sido impulsionado por um outro que já havia escrito aqui no KMOL.
Permitam-me reproduzir aqui algumas passagens desse texto publicado no blog do iGovSP.
“Nem todas as pessoas sabem o que é ‘serendipidade’. Nem todas as pessoas se sentem confortáveis com o uso da palavra ‘serendipidade’ (do inglês ‘serendipity’ e que aparece no dicionário português). A verdade é que, mesmo que de forma inconsciente, todos nós já vivenciámos casos de serendipidade. E desses casos podem ter resultado mudanças, oportunidades, ideias interessantes.
As implicações da serendipidade para a inovação e para a gestão de conhecimento são enormes.
O dicionário português define serendipidade como ‘aptidão para descobrir coisas agradáveis por acaso; coisa descoberta por acaso’. Esta é, provavelmente, a definição mais comum e a qual eu própria tenho usado com frequência, estabelecendo quase que uma equivalência entre ‘serendipidade’ e ‘acaso’. Porém, um texto recente de Ian Leslie na More Intelligent Life, recorda que o termo ‘serendipidade’ carrega consigo tanto o conceito de sorte, acaso, como também de perspicácia.
Como escrevi, ‘De pouco serve a sorte de encontrar alguém se não formos capazes de tirar partido desse encontro. Os ‘cliques’ acontecem se conseguirmos relacionar o que sabemos com o que acabámos de encontrar. E isso, realmente, requer perspicácia’.
Eu atrever-me-ia agora a acrescentar que essa perspicácia tem de estar associada a informação e conhecimento nos quais possamos ‘pendurar’ os novos dados e informação que encontramos.
A gestão de conhecimento nas organizações tem um papel de extrema importância em dois destes três elementos: acaso, e informação e conhecimento.”
Na altura em que escrevia o post para o blog iGovSP, criei um simples diagrama que procura representar onde “mora” a serendipidade. Acredito que o diagrama ainda se mantém válido e que nos ajuda a pensar o que precisamos de fazer para conseguir bons momentos de serendipidade.

Até antes da pandemia do COVID-19, muitos desses momentos resultavam da movimentação das pessoas nas suas rotinas quotidianas, dos momentos de conversa descontraída no início de uma reunião, dos encontros no corredor, das palavras trocadas no refeitório à hora de almoço ou na pausa para o café. Atualmente, e com tantas pessoas a trabalhar em casa, é muito importante recriar, reimaginar, estes momentos.
Eu, pessoalmente procuro assistir a apresentações online relacionadas com temas que nada têm a ver com a minha atividade profissional.
E vocês? E as vossas organizações? Como têm criado ou provocado momentos de serendipidade?
Deixei-nos aqui em comentários para que possam inspirar outras pessoas e organizações.
Hoje li um post de um amigo que fez uso dessa palavra – SERENDIPIDADE- no contexto me veio um ideia do que seria, mas sim ,ela era desconhecida por mim. E aqui estou na pesquisa de seu significado , enriquecida por sua contextualização! Que sorte a minha!