Palavra email escrita com peças de jogo

O email – um poema

Vem email
Vai email
Vem email
Vai email
Vem email
Vai email
O batimento cardíaco das organizações
Que ao invés de alinharem a objetivos
Andam ao ritmo das solicitações

Vem email
Vai email
Vem email
Vai email
Emails que ordenam, que avisam, que informam
Emails que chateiam, que dão alegrias
Emails que distribuem trabalho
Ditando a agenda dos nossos dias

Vem email
Vai email
O nosso nome como destinatários,
Ou em CC para informação:
Para que nos possam apontar o dedo
Caso haja bronca ou confusão.

“Envio emails à meia-noite”
“Recebo 100 emails por hora”
Emails como sinónimo de valor
Por quem não se apercebe que os emails são oportunidades deitadas fora

Oportunidades de partilhar com mais pessoas
Com mensagens em espaços abertos
Onde outros podem beneficiar
E identificar caminhos mais certos

O email causa dependência, ansiedade,
O email faz disparar o stress
Perde-se a chance de serendipidade
Porque numa inbox fechada nada acontece

O ritmo dos emails não pode acompanhar o ritmo da mudança
O número de emails não pode ser diretamente proporcional à complexidade do nosso mundo
São precisas alternativas
É preciso travar a fundo

A forma de navegar o complexo mundo em mutação
não é pisando no acelerador, é usando o travão.
É urgente criar espaços para pensar,
períodos de reflexão,
Adotar mais assincronicidade
Nos momentos de interação.

O trabalho é para fazer
O valor é para criar
O email não se faz e não se cria, a quem estamos a querer enganar?

Individualmente e em conjunto
O nosso objetivo é fazer melhor, é aprender,
E, para quem ainda não percebeu, o email é onde o conhecimento vai morrer.


Se preferir, pode ouvir este meu poema no episódio 11 da série C do podcast KMOL.

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