A gestão de conhecimento tanto diz respeito ao arquivo de conhecimento, como à sua criação, partilha e utilização. Enquanto que a parte de arquivo é fácil devido à enorme quantidade de soluções tecnológicas disponíveis, conseguir que os empregados de uma organização criem, partilhem e utilizem conhecimento pode ser complicado. Especialmente se as pessoas estiverem em diversas localizações geográficas e não se conhecerem.
Este era um problema que atormentava a Deploy Solutions Inc., uma empresa que oferece soluções de software para gestão estratégica de pessoal. É uma empresa sediada em Massachusetts, EUA, mas têm escritórios nas duas costas Americanas. Devido à distância entre os diferentes escritórios, muitos dos colaboradores da empresa nunca se encontraram e nunca teve oportunidade de partilhar ideias e difundir experiências. A Deploy queria tirar partido do potencial de conhecimento colectivo que resulta de indivíduos a trabalhar em equipa.
Para dar resposta a este problema a empresa decidiu recorrer aos poderes mágicos do Harry Potter, usando esta personagem e as suas histórias na criação de iniciativas para o desenvolvimento do espírito de equipa.
A empresa começou por criar quatro equipas com base nas quatro casas de Hogwarts (a escola de magia frequentada por Harry Potter): Gryffindor, Slytherin, Ravenclaw, e Hufflepuff. As equipas foram criadas durante uma cerimónia (“sorting ceremony”) retirada das páginas dos livros de J.K.Rowling. Nesta cerimónia estiveram presentes colaboradores de ambas as costas, ocidental e oriental. De forma a reduzir custos, foi usada a tecnologia de videoconferência. Mesmo assim, e como dizia Nicole Stata, CEO da Deploy, num artigo da revista Fast Company, “Foi a reunião mais excitante em que alguma vez participei.”
Durante o Verão de 2001, um grupo de pessoas planeou as actividades para o resto do ano. Essas actividades incluíram concursos de pergunta e resposta, e outras onde o propósito da Deploy foi, não só a promoção do espírito de equipa mas também ajudar algumas instituições de solidariedade social. Uma dessas actividades requeria que cada equipa decorasse uma caixa inspirada nos livros do pequeno mágico. No final era necessário que a enchessem de comida enlatada para oferecer a bancos de alimentação. As equipas recebiam pontos por cada lata coleccionada e a caixa mais bem decorada também recebeu um prémio.
Embora alguns colaboradores não tenham alinhado no desafio do Harry Potter, Stata afirma que a competição conseguiu abrir linhas de comunicação entre os empregados das diferente costas e em departamentos distintos. Ela diz que todas as actividades ofereceram uma forma pouco dispendiosa de desenvolver as capacidades de liderança de alguns indivíduos e contribuir para causas humanitárias, sem que fosse necessário impingir o que quer que fosse.
Nota: Agradecemos a colaboração de Dawn Burhans que nos facultou a informação necessária para a elaboração deste texto.