A Reynolds Porter Chamberlain LLP (RPC) é uma empresa de advocacia que aconselha clientes tanto no Reino Unido, onde foi criada, e no estrangeiro. Cobrindo clientes de vários sectores, a empresa conta com mais de 450 pessoas nos seus quadros.
A empresa recebeu recentemente o prémio de Melhor Iniciativa de Gestão de Conhecimento nos Knowledge Management UK 2011 Awards. A razão para esse prémio é a nova plataforma social interna – o Edge.
Andrew Woolfson tem sido o homem ao leme deste trabalho. Ele é o Director of Knowledge Management and Capability. Contactei-o para perceber o que está a orientar os esforços de gestão de conhecimento na RPC, o que é o Edge e quais são os próximos passos da empresa relativamente ao conhecimento e à informação.
A RPC tem investido em gestão de conhecimento (GC) para “melhorar a capacidade da empresa e dessa forma suportar a marca, aproveitar e construir relações, aumentar o revenue e o lucro, e atrair as pessoas certas para trabalhar na RPC,” diz Andrew Woolfson.
A firma tem uma estratégia de conhecimento “única, aberta (no sentido de estar aberta a novas oportunidades) e convincente”. Colada às ambições e estratégias da RPC, a estratégia de conhecimento visa usar soluções leves de tecnologia para responder, reflectir e catalisar actividade emergente que permita ao conhecimento prosperar “com um máximo retorno de atenção para os nossos múltiplos constituintes – internos e externos, em todos os níveis”.
Um dos elementos principais da GC na Reynolds Porter Chamberlain é o Edge, recentemente galardoado nos Knowledge Management UK 2011 Awards. O Edge é uma plataforma social, uma forma de socializar o conhecimento em toda a firma. Demonstra uma nova forma de pensar sobre TI, sobre partilha de conhecimento, sobre os benefícios individuais, de grupo, de empresa, de mercado e clientes.
O Edge, uma nome escolhido como símbolo de um caminho que a empresa começava, constituiu uma mudança dramática à então intranet: “uma pastagem onde o conteúdo pastava em isolamento” e que alojava uma série de documentos estáticos.
O trabalho de desenvolvimento teve início em Junho de 2010 e, em Outubro, a plataforma já estava disponível para todos na firma. Wikis, blogues, fóruns de discussão, RSS feeds, social bookmarking, tagging, perfís de utilizador e microblogging, foram combinados para criar o novo espaço social online. O Confluence ofereceu as fundações; Ruby on Rails foi usado para criar uma interface simples e apelativa.
As empresas de advocacia são governadas por exigências éticas e profissionais. São também motivadas pelo mercado, pelas mudanças da sociedade. Os seus novos colaboradores, os seus clientes, a sua responsabilidade social são também importantes. Ligar o Edge a todos estes motivadores e construir aplicações que resolvam problemas de negócio ou respondam a novas oportunidades, têm sido os passos seguidos para conseguir que os colaboradores utilizem a nova plataforma.
“quase tivemos de despromover a informação corporativa e encorajar o fluxo através da firma de conhecimento pessoal, histórias de negócio e notícias e análises tópicas”
Da mesma forma, dar-lhe um nome foi uma maneira de lhe dar uma personalidade, tornando-a mais memorável e referenciável.
O nível de utilização até ao momento tem sido satisfatório. “Onde há necessidade há utilização,” diz Andrew Woolfson. “Estamos a socializar as actividades sociais; estamos a partilhar novas questões relacionadas com o negócio no seu sentido mais lato; relações com os clientes, etc.. Assim que conseguimos uma ligação há utilização.”
A equipa de GC vai agora falar com todos os partners e grupos, identificando as necessidades e demonstrando como o Edge pode ajudar.
A equipa de GC inclui Woolfson, cujo papel é, nas suas próprias palavras, trabalhar “em toda a empresa e nas áreas de suporte desenvolvendo a estratégia, assegurando que se cria uma framework comum na qual podemos actuar. É tanto uma função de practitioner com algum trabalho básico de serviços legais, estratégia de conhecimento e social media, como de desenvolvimento, melhorando a capacidade dos serviços da firma.”
Shimrit Janes é a líder de projectos de GC e a outra metade da equipa de GC. Ela está a trabalhar na empresa como resultado de um programa de transferência de conhecimento com a Universidade de Westminster, uma forma inovadora de recrutamento que permite à RPC trazer uma perspectiva externa, fundamental para a forma inovadora de trabalhar que a empresa procura.
Não sendo uma pessoa de se arrepender dos passos dados, Woolfson refere a importância de entusiasmar e influenciar as pessoas e procurar oportunidades. “Está a ter lugar uma mudança mas desde que não façamos as pessoas sentir que estão a mudar, elas tendem a ser os seus próprios líderes” (“People first”, Andrew Woolfson, KIM Legal, v5 n5 p24-26, June/July 2011).
Os próximos passos do Edge incluem o desenvolvimento de mais aplicações que vão ao encontro das necessidades de negócio, a criação de interfaces para a utilização através de dispositivos móveis, a geração de mais conversas, a ligação da estratégia de social media à criação de uma presença online. Relativamente à gestão de conhecimento enquanto um todo, a empresa está empenhada em aproximar o conhecimento e a aprendizagem e ligar a geração de relatórios às actividades de gestão de conhecimento.
Obrigada pela partilha Ana. Vi recentemente uma apresentação sobre o Edge e fiquei muito bem impressionada! Pareciam efectivamente ter as ideias muito alinhadas e fizeram um bom trabalho de usabilidade e user experience na plataforma.
Muito interessante a iniciativa! Fiquei curiosa para saber sobre indicadores que demonstrem que o uso da Edge está efetivamente trazendo resultados esperados mencionados no texto, como melhorar a capacidade da empresa, aproveitar e construir relações, aumentar o revenue e o lucro, e atrair as pessoas certas para trabalhar na RPC.
Ana, obrigada pelo teu comentário que reforça a qualidade do trabalho que esta empresa está a realizar.
Isabelle, demorei um pouco a responder porque quis contactar o Andrew e ouvir a resposta dele à sua questão. Aqui fica uma tradução da resposta que ele enviou em jeito telegráfico:
“métricas tradicionais – ignorámo-las deliberadamente nesta altura; estou apenas a olhar para as correntes de actividade já que estou mais interessado nos fluxos do que nas visitas que as pessoas fazem aos vários espaços pois não sei qual a sua motivação possa ser (por isso as métricas de visitas não fazem sentido para mim). Estou a tentar catalizar uma cultura de participação. Mais fluxo, mais utilização, mais participação. As correntes estão a aumentar em frequência e volume. Iremos partilhar números em breve.”
Interessante, não é? Muito alinhado com aquilo que eu tantas vezes digo ser a diferença entre avaliar a actividade e avaliar o impacto.