Managing Knowledge: A Practical Web-Based Approach (Wayne Applehans, Alden Globe e Greg Laugero, 1999)

Managing Knowledge: A Practical Web-Based Approach

Managing Knowledge - capaApplehans, Globe, e Laugero, apresentam este livro como um trabalho que não pretende justificar a necessidade de gerir conhecimento, mas antes mostrar como o fazer. No entanto, os autores afirmam que as principais razões para iniciar um programa de gestão de conhecimento são facilitar o relacionamento com o exterior, lidar com as alterações no quadro de pessoal da organização, e descentralizar a tomada de decisões.

Na sua introdução é apresentado um dos conceitos deste livro: o InfoSmog. Segundo os autores, InfoSmog é a paralisia provocada pelo excesso de informação disponível. Esta situação deriva do constante aumento da informação disponível, e da nossa urgência em encontrar, entre ela, a informação de que precisamos. É o InfoSmog que nos pressiona a encarar a necessidade de gerir eficazmente o conhecimento.

No livro “Opposites Attract”, Brujin e Babberich referem duas abordagens distintas à gestão de conhecimento: a abordagem de actor e a abordagem analítica. Se por vezes as duas se diluem, tal não acontece neste livro que nos dá uma visão bem clara e definida do que é a segunda. O livro baseia-se na experiência dos autores na J.D.Edwards e divide-se em quatro partes.

A primeira parte debruça-se sobre alguns dos conceitos base. Um desses conceitos é o de auditoria. O seu propósito é dividir a gestão de conhecimento em pequenos projectos sem que se perca a visão global. O livro sugere as principais questões numa auditoria (quais os factores de sucesso da organização e os ciclos de negócio relevantes?, quais os pontos destes ciclos onde a rapidez e a eficácia de acção são vitais?, quem vai usar o conteúdo?, e qual o conteúdo usado em cada um destes pontos?) bem como a possível forma de lhes dar resposta.

Também os conceitos de arquitectura de conhecimento e de portfolio de conteúdo (os dados, a informação, e o conhecimento que se pretendem gerir) são analisados.

Um outro ponto considerado é o retorno do investimento. Em relação a isto os autores afirmam que este retorno será positivo quando se observarem:

  • eficiência mensurável nos ciclos de desenvolvimento, produção, vendas, e serviço;
  • melhoria na tomada de decisões nos ciclos de desenvolvimento, produção, vendas, e suporte;
  • maior rapidez no aproveitamento de novos parceiros;
  • maior entusiasmo porque os empregados estão a tomar decisões mais eficazes; e,
  • aumento da lealdade dos clientes devido à maior confiança no conhecimento dos seus empregados.

De seguida, e antes de entrar na segunda parte, são oferecidas sugestões muito concretas de como criar o perfil das pessoas na organização.

A segunda parte, vê os conceitos anteriormente apresentados em acção e sugere a forma de combinar pessoas e conteúdo como base da arquitectura de conhecimento.

Com base na auditoria, é necessário criar um storyboard. O storyboard representa as relações entre as pessoas, os processos, e o conhecimento e elabora-se em quatro passos: identificação dos ciclos estratégicos de negócio, mapeamento dos information leverage points (conceito de Thomas Davenport), consideração das pessoas, e identificação do conteúdo. Cada um destes passos é explicado em detalhe e enquadrado no mapa de conhecimento final.

Depois de criado o storyboard, é necessário mapear a rede de conhecimento de forma a “visualizar o conhecimento da sua empresa e começar a atribuir responsabilidades às pessoas que mantêm diferentes tipos de conteúdo.”

Embora este seja um livro bastante orientado para os aspectos palpáveis e objectivos da GC, os autores ressaltam que a tecnologia é apenas um suporte. Assim, os componentes da gestão de conhecimento são as pessoas, o conteúdo, e a tecnologia. Em conjunto eles formam a arquitectura de conhecimento, tema da terceira parte.

E esta parte começa, exactamente, por reflectir sobre as pessoas. Assim, os autores identificam e caracterizam os profissionais necessários (chefe, analista, e autor de conhecimento). No que diz respeito ao conteúdo, há que valorizar mais a criação de metadata (um vocabulário comum) do que a indexação de todo o conteúdo existente. A arquitectura tecnológica associada apresenta diversas camadas (interface, acesso, inteligência, aplicações, transporte, e repositórios), todas elas explicadas em detalhe.

Como prova evidente do carácter prático deste livro, a última parte oferece-nos um plano de acção para os primeiros noventa dias. São acções concretas, com sucintas explicações, que se baseiam totalmente no texto dos capítulos anteriores.

Este trabalho tem um design invulgar em tonalidades de verde e fontes diferentes, destacando as principais ideias e tornando-o de muito fácil leitura. Além disso, com os auxiliares gráficos, aconselhados, por exemplo, por Tony Buzan, este livro destaca-se como uma boa ferramenta introdutória para quem pouco ou nada sabe de gestão de conhecimento. Embora saiba a pouco para quem já tem algum conhecimento e/ou experiência, creio que ninguém dará o seu tempo por perdido se ler este livro. São apenas 107 páginas de texto muito leve e directo que dão uma primeira abordagem e guiam os primeiros passos de um programa de gestão de conhecimento.

Managing Knowledge - capaSobre o livro:
Managing Knowledge: A Practical Web-Based Approach
Wayne Applehans, Alden Globe e Greg Laugero. Addison-Wesley, EUA, 1999.

Leave a reply