The Hidden Power of Social Networks: Understanding How Work Really Gets Done in Organizations Systems (Rob Cross e Andrew Parker, 2004)

The Hidden Power of Social Networks: Understanding How Work Really Gets Done in Organizations Systems

The Hidden Power of Social Networks - capaEste livro é bastante frustrante: uma pessoa chega ao fim e pergunta-se “porque é que ainda não o tinha lido?”. Sim, o livro é mesmo bom, útil, prático e fácil de ler. Bem, útil se estiver a considerar explorar e maximizar o potencial de redes sociais, quer no lugar onde trabalha ou a sua própria rede pessoal.

Ao serem convidados para ajudar tantas organizações com a conectividade social, Cross e Parker conseguem o seu salário ao mesmo tempo que constróem uma imensa base de conhecimento e experiência sobre redes sociais, como estas influenciam as organizações, como são influenciadas pelas organizações, e sobre o que as organizações e as pessoas podem fazer para melhorar as suas redes sociais. Este livro é a forma que os autores encontraram de partilhar o que aprenderam até agora.

Este livro defende uma abordagem mais direccionada para melhorar a colaboração e a conectividade da rede através do poder escondido das redes sociais. Neste trabalho os autores sintetizam as suas descobertas e oferecem um guia para encontrar, avaliar, e apoiar estrategicamente importantes redes sociais das suas organizações.

O primeiro capítulo oferece algumas considerações básicas sobre redes sociais e sobre a análise das mesmas.

Ao contrário do que se possa pensar, aumentar a comunicação e a conectividade não é a melhor abordagem para todas as redes. Os gestores que conseguem tocar nos pontos estratégicos das redes socias conseguem rapidamente aumentar a eficácia, eficiência e oportunidade de inovar de uma organização.

A análise de redes sociais é frequentemente usada para:

  • apoiar alianças e parcerias;
  • avaliar execução estratégica;
  • melhorar a tomada estratégica de decisões;
  • integrar redes em torno de processos nucleares;
  • promover inovação;
  • assegurar integração depois de aquisições e mudanças de grande escala; e,
  • desenvolver comunidades de prática.

O segundo capítulo descreve algumas redes sociais analisadas pelos autores de forma a ilustrar algumas das mais frequentes causas de fraca conectividade:

  1. distância física;
  2. fronteiras funcionais ou departamentais;
  3. níveis hierárquicos; e,
  4. linhas organizacionais.

O capitulo seguinte é sobre a importância de mapear a rede de consciência (awareness) e acesso. É também sobre a importância de entender o que circula na rede (por exemplo, informação, conselhos para resolução de problemas, etc.).

Numa situação ideal, as redes deveriam ser capazes de sentir e responder com base nas skills que os seus membros possuem. Porém, para que isso aconteça, é necessário que os membros da rede tenham consciência das capacidades e experiências uns dos outros e que sejam capazes de lhes aceder de forma fácil e atempada. Para verificar se isto acontece numa rede, os autores sugerem que se desenhem as redes de consciência e de acesso.

O capítulo quatro fala da rede de energia. A rede de energia é uma forma de representar quem fica entusiasmado por quem numa rede social. Com base nesta representação, pode-se identificar os ‘energisadores’ e os ‘desenergisadores’, as suas características, as consequências de ser um deles, e o impacto que têm na rede e nos seus membros.

É curioso que, mais do que a rede de acesso, é a rede de energia que melhor espelha o desempenho dos membros da rede: os ‘energisadores’ e aqueles com quem eles mais se relacionam são os que têm melhor desempenho.

Mas, quais são então as características de um ‘energisador’? Estes membros são geralmente pessoas que fazem o que advogam e cujas conversas incluem um objectivo atraente, a possibilidade de contribuir, um forte sentido de compromisso, a percepção de progresso, e a crença de que a ideia pode ser bem sucedida.

A segunda parte do livro é sobre como se podem gerir redes sociais, e começa com o capítulo cinco. Este capítulo identifica quatro tipos de pessoas numa rede, realça a importância das redes pessoais, e fala de redes de expertise.

O sexto capítulo é sobre as três fases de uma relação (iniciação, desenvolvimento e manutenção/correcção), o quão importante é a confiança e como a construir, e os três comportamentos não-produtivos de uma rede: isolamento, tensões políticas e relações redundantes.

O capítulo seguinte foca na relação que existe entre as redes sociais e o contexto envolvente de cultura, processos e valores. De facto, e apesar de as redes sociais poderem influenciar estes aspectos, geralmente é o contexto organizacional que influencia o comportamento da rede. Para que se possa perceber a rede é fundamental perceber o contexto envolvente. Os principais aspectos a considerar são: a estrutura formal, as práticas de gestão, as práticas de recursos humanos, e liderança e cultura.

O último capítulo do livro é sobre o território que ainda falta explorar: áreas para futura investigação e os potenciais perigos de uma análise e intervenção limitadas às redes sociais.

Mas o livro não acaba depois do último capítulo. A este, seguem-se dois apêndices: um sobre como fazer uma análise de redes sociais, o outro sobre ferramentas para promover as redes sociais. Estes dois apêndices, por si só, justificam a compra do livro. São mesmo fáceis de ler e oferecem sugestões práticas e fáceis de implementar.

O livro contem muitas representações de redes sociais explicadas no contexto das organizações onde se encontram e acompanhadas de uma lista das acções que foram aconselhadas para corrigir os problemas identificados.

Este é um daqueles livros que nos dá vontade de agir e que nos deixa a chorar por mais. Vale mesmo a pena!

The Hidden Power of Social Networks - capaSobre o livro:
The Hidden Power of Social Networks: Understanding How Work Really Gets Done in Organizations Systems
Rob Cross e Andrew Parker. Harvard Business School Press, EUA, 2004.

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