Net Work: A Practical Guide to Creating and Sustaining Networks at Work and in the World (Patti Anklam, 2007)

Net Work: A Practical Guide to Creating and Sustaining Networks at Work and in the World

Net Work - capaHá muitos livros sobre comunidades de prática ou comunidades virtuais. No entanto, não existem muitos sobre redes sociais que, de acordo com a autora deste trabalho, são um conjunto maior que inclui as comunidades mas também equipas de trabalho, alianças multi-organizacionais, etc..

Os princípios fundamentais das redes sociais, isto é conjuntos de duas ou mais pessoas que podem interagir e têm algo em comum, são:

  1. se é uma rede, pode ser desenhada
  2. todas as redes têm um propósito e criam valor
  3. depois de sabermos identificar e distinguir redes, podemos geri-las melhor
  4. podemos entender melhor as redes sociais se usarmos lições do estudo de sistemas adaptativos complexos
  5. todos numa rede influenciam as relações e resultados da mesma
  6. o trabalho de um líder é criar e manter as condições que conduzem a relações produtivas e inovadoras
  7. redes bem sucedidas são reflectivas e geradoras, e
  8. todas as redes são parecidas e todas são únicas.

As redes sociais (networks) é o tema do primeiro capítulo do livro que introduz também o conceito de “net work”, termo cunhado por Anklam para descrever “o trabalho necessário para entender, sustentar, e trabalhar efectivamente em redes sociais” (p 1).

O segundo capítulo foca nas razões pelas quais as organizações estão em fase de mudança e cada vez mais interessadas nos benefícios das redes sociais, tanto redes internas à organização como redes com outras organizações. Uma interessante tabela lista as diferenças entre as redes sociais e as tradicionais organizações hierárquicas.

As primeiras apresentam os seguintes benefícios:

  1. acesso a informação, conhecimento e experiência
  2. resiliência
  3. credibilidade
  4. abrangência
  5. difusão de conhecimento e inovação
  6. inteligência colectiva, e
  7. desempenho individual e colectivo.

Os quatro capítulos seguintes descrevem os diversos tipos de redes com base em quatro eixos: propósito, estrutura, estilo, e processos de criação de valor. Para cada tipo de rede são apresentados exemplos, de organizações públicas, privadas, do terceiro sector e da academia, permitindo assim ficar com ideias bem concretas da forma como as determinadas características de uma rede podem influenciar o comportamento e os resultados obtidos. Neste contexto, Anklam fala de governança, formas de liderança, objectivos, valores, espaço, rítmo, cultura, confiança, etc..

Extremamente pragmático, o sétimo capítulo descreve os passos necessários para a criação de uma rede social sustentável e dá ideias de como se podem concretizar esses passos. O modelo de crescimento sugerido pela autora inclui:

  1. criação propositada ou por descoberta
  2. definição de propósito
  3. design
  4. crescimento, e
  5. desempenho.

As funções a realizar, as tensões geralmente sentidas e as questões normalmente colocadas durante a criação e manutenção de uma rede social são aqui debatidas pela autora.

Porque é importante aferir o estado, progresso e sucesso de uma rede social, o capítulo oito apresenta três técnicas para análise de redes. São elas a análise de redes sociais (ou organizacionais, como a autora prefere chamar), a análise de redes de valor (da autoria de Verna Allee) e sensemaking com base na complexidade (criada por David Snowden).

O nono capítulo sugere ferramentas e técnicas que podem ser usadas para instigar mudança. As ideias apresentadas são interessantes mas falta-lhes o factor “uau” até porque muitas são bastante genéricas.

O capítulo final, um dos mais interessantes do livro, reflecte sobre o papel dos líderes organizacionais face às redes sociais. Assim, os líderes devem preocupar-se com:

  • fazerem networking consciente
  • servir de stewards à rede
  • tirar partido da tecnologia
  • criar a capacidade para “net work”, e
  • usar as lentes e as ferramentas das redes sociais para melhorar a vida e as contribuições dos indivíduos e o poder colectivo da rede.

De acordo com a autora, este livro pretende ser um guia prático para quem necessita de criar redes sociais ou apoiar redes durante fases de transição. Penso que o objectivo foi atingido.

O livro está repleto de dicas e de resumidos casos de estudo. Existem algumas gralhas ortográficas aqui e ali mas está escrito de forma bastante acessível e é bastante fácil de ler.

Net Work - capaSobre o livro:
Net Work: A Practical Guide to Creating and Sustaining Networks at Work and in the World
Patti Anklam. Butterworth-Heinemann, USA, 2007.

2 comments

  1. Sérgio Storch 6 Setembro, 2008 at 23:25 Responder

    Ana, parabéns por seu novo site. Este resumo é muito útil. Aproveito para convidar os interessados nesse tema para o tópico Análise de Redes Sociais, nos fóruns da SBGC – http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/tm.asp?m=4152&forumid=30 E aproveito para dar o link do manual “Work the Net – Um Guia de Gerenciamento de Redes Formais”, de Peter Pfeiffer, que pode ser obtido por download. Conheci Peter no KM Brasil e fiquei impressionado com sua visão sobre o potencial da integração da gestão do conhecimento e o gerenciamento de projetos. Seus leitores poderão encontrar no site do próprio Peter – http://www.mpprio.com.br/resumo3.htm – as formas de contatá-lo.

    Um grande abraço

    Sérgio Storch

  2. carmen calheiros 27 Setembro, 2009 at 15:14 Responder

    Gostei muito da estrutura de seu livro. Estou defedendo minha dissertação de mestrada estudando as redes de saúde e educação do país. Como posso comprar seu livro, vou tentar livrarias, mas se não for esse o caminho solicito que me retorne.

    Parabéns.

    Carmen

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